A 10ª edição do Concurso Gay do Carnaval, realizado na segunda, 20, lotou a Praça Dermeval Barbosa Moreira. A noite foi de muita cor, brilho, dança, figurino e diversão com performance das sete candidatas, que deram um show de apresentação. Este ano, pela primeira vez, quem conduziu o evento foi Eder “Sandy Le Petit” Ferreira, que com muita simpatia e humor animou o público presente. Sandy Le Petit subiu ao palco com figurino rosa e interpretou o sucesso “Vamos pular” da dupla Sandy e Junior.
Quem também marcou presença no evento foram o Rei e a Rainha do Carnaval 2012, Rogério Mello e Tatiana Cruz. Eles apresentaram muito samba no pé enquanto se desenrolava a apuração dos votos.
Uma novidade nesta edição foi o lançamento da campanha educativa vinculada ao Programa Estadual Rio Sem Homofobia, com distribuição de materiais informativos impressos, adesivos e ventarolas. A coordenadora do centro Regional de Promoção da Cidadania LGBT Hanna Suzart, Silvia Furtado, falou da importância dessa campanha e passou o número para denúncias contra homofobia: 0800-023-4567 (Disque Cidadania LGBT 24h).
As candidatas e suas performances
Originalidade e muito brilho marcaram as apresentações. Na noite do concurso não existiam mais Patrick, Leandro, Rafael, Junior, Mateus, Robson ou Rivelino. Entravam em cena personagens marcantes, com muita música e samba no pé. Os critérios de avaliação do corpo de jurados eram criatividade, figurino e apresentação.
A primeira a se apresentar foi Lia Evans, inspirada no tropicalismo, com a música “Cabelo, cabeleira” de Gal Costa, a candidata mostrou muito gingado e sensualidade. Em seguida, Daiane Monroe entra em cena e surpreende com o tributo a Whitney Houston. O ponto forte da participação foi a interpretação do grande sucesso “I Will Always Love You”. Neste momento os jurados aplaudiram de pé e o público ficou bastante empolgado. A vencedora recebeu o troféu de Gay do Carnaval 2012 das mãos de Silvia Furtado e ganhou a faixa da vencedora de 2010, Stephany Cowlt.
Nathalia Kutner foi a terceira a subir no palco e falou sobre samba. Trocou de roupa quatro vezes e sambou vários sucessos. Martani Rangel foi a próxima e resgatou as divas da MPB. A quinta candidata a realizar a sua apresentação foi Ellen Klauss que interpretou o glamour das passistas de escolas de samba, garantindo o segundo lugar que foi entregue por Pinel. Ellen agradeceu a Alexandre Corguinha, idealizador da fantasia.
Shafira Viegas participou do concurso pela primeira vez e mostrou muito talento com performances ao som de Adele, Rihanna e Jennifer Lopez. Para finalizar as apresentações, Luna Avyllah falou sobre as marias-chuteira. A apresentação contou, inclusive, com a participação de um rapaz que interpretou o jogador Neymar. Luna ficou com o terceiro lugar e recebeu o prêmio através de Marina Marchon.
Ao fim do concurso, a festa continuou com o som do grupo Toque Serrano.
Uma homenagem ao saudoso Francis
Esta edição do concurso prestou um singela mas bonita homenagem ao criador do “Gay do Carnaval”. O apresentador Eder Ferreira (Sandy Le Petit) citou um pouco da trajetória dos 50 anos de carnaval do estilista e ícone do carnaval friburguense.
Oldemar Francisco Teixeira começou em 1972 como figurinista na Casa Cláudia e até 1980 foi carnavalesco de blocos e escolas de samba de Nova Friburgo e região. Já brilhou como destaque de agremiações onde atuava e participou como jurado de inúmeros concursos ligados ao carnaval.
Em 1973, vestiu recepcionistas do 1º congresso de vereadores da região sudeste, recebendo voto de congratulações da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo. Francis foi, por vários anos, primeiro lugar na categoria luxo masculino dos concursos de fantasias da cidade. De 1975 a 1982, coordenou e apresentou os concursos de Miss e Charm Girl de Nova Friburgo.
Também foi colunista social e editor de moda em jornais da cidade, onde listava anualmente as mulheres elegantes. Em 1985, com o grupo “Nós do circo”, criou a sua maior e mais famosa performance: Elis Regina. A interpretação fez com que o diretor e autor Ney Costa escrevesse para Francis o espetáculo “Elis...”, grande sucesso que ficou dois meses em cartaz no Centro de Arte de Nova Friburgo.
Entre 1997 e 1999 coordenou o concurso Rainha da Terceira Idade a convite da secretaria de Assistência Social. De 2001 a 2004, exerceu a função de diretor de eventos na secretaria de Turismo. Uma das mais bem-sucedidas criações neste cargo foi o lançamento do concurso Gay do Carnaval, evento inédito no Brasil.
Francis faleceu em agosto do ano passado e representou a cidade com sua imensa criatividade e talento. Brilhou na moda, nas passarelas, concursos e no carnaval. “Onde quer que você esteja, Francis, o povo de Nova Friburgo te agradece de coração”, finalizou o apresentador Eder Ferreira.
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