Mostra de fotos de Osmar de Castro encanta no Centro de Arte
Henrique Amorim
Quem ainda não teve o privilégio de conferir a mais nova exposição de fotos antigas e atuais de Osmar de Castro na exposição “Nova Friburgo, ontem e hoje” deve programar uma visita ao Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas 71, Centro). Lá estão nada menos que 46 painéis em madeira que retratam com o gigantismo merecido toda a imponência e a rara beleza destas terras, desde os idos do século XIX até hoje. A mostra—que tem a curadoria do Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama) e vai só até o próximo dia 27—é mesmo de tirar o fôlego. É ou não é para se encantar e imaginar como era romântica a vida na época que a Praça Getúlio Vargas tinha suas alamedas de terra batida, quando as famílias colocavam suas melhores roupas para caminhar por ali em meio aos já imponentes eucaliptos, as charmosas luminárias, os casarios e todo o charme e o romantismo da velha maria-fumaça deslizando serena pela Avenida Alberto Braune, ou melhor, a antiga linha férrea?
Tudo isso e muito mais da bela Nova Friburgo está lá tomando conta do Centro de Arte em meio a mais fotografias que exaltam toda a exuberância das nossas montanhas cercadas de muito verde. Ou seja, verdadeiros cartões-postais naturais. “Parece até que as paisagens foram pintadas. São naturais mesmo. Nova Friburgo realmente encanta”, diz Castro, emocionado com a receptividade à sua mais nova mostra iconográfica que reúne somente algumas das peças do seu arquivo de mais de 200 mil imagens digitais de Nova Friburgo. Na abertura semana passada mais de 400 pessoas, entre convidados, autoridades e apaixonados por esta cidade, que se deslumbraram com as fotos que Castro começou a reunir num acaso quando decidiu pesquisar uma foto antiga da casa onde passou a infância na atual Rua Sete de Setembro. Foi o primeiro passo para despertar a paixão pelas fotos antigas de Nova Friburgo. Na mostra o painel com a fotografia—com dois metros de comprimento e 1,40 de altura—do antigo Grupo Escolar Ribeiro de Almeida, hoje Instituto de Educação (Ienf) sem as construções ao redor e emoldurado com várias fotos de Nova Friburgo hoje exalando beleza impressiona e é digno de elogios.
“Esta exposição é para abalar mesmo. Tudo isso é Nova Friburgo. E essa cidade tem muito mais. Muita gente conhece o mundo e nunca contemplou as belezas que existem aqui. Quem tem um Cão Sentado, os Três Picos de Salinas, as cascatas de Lumiar. Tudo cheio de verde e um céu azul inconfundível. Respire fundo, fique alumbrado. É Nova Friburgo!”, exalta Jaburu, fundador do Gama e um entusiasta da mostra. O Gama, inclusive, aposta na mostra de Castro como um incentivo à difusão da história e da cultura friburguense. Para tanto serão incentivadas a formação de caravanas de estudantes das redes pública e particular para visitas à exposição. Serão aulas comutadas de história, geografia, cultura e cidadania. Basta procurar o Centro de Arte (2533-1359). A exposição pode ser conferida de terça-feira a sábado, das 13 às 21h e domingos e feriados, das 14h às 20h, com entrada franca. LIVRE
Zuenir Ventura se impressiona com tantas belezas: “Uma viagem ao passado”
Mineiro mas friburguense de coração (morou aqui durante a adolescência), o jornalista e escritor Zuenir Ventura esteve em Nova Friburgo semana passada para receber uma homenagem especial no Campeonato Infanto-Juvenil de Basquetebol. E ao saber pelo primo Toni Ventura da abertura da mostra de fotos de Castro não pensou duas vezes e correu para o Centro de Arte. “Tive a honra de ser o primeiro a chegar. As portas ainda estavam fechadas e fiquei preocupado pensando que seria preciso convite, mas valeu a pena. São fotos de arrasar. Uma viagem ao passado, uma revisita sentimental. Chega a emocionar. Estou mergulhando numa época saudosa da minha vida em Nova Friburgo”, disse Zuenir, por vezes segurando as lágrimas e embargando a voz ao contemplar imagens do saudoso Cine Leal, do antigo Ribeiro de Almeida, onde a irmã Zeir foi professora, da Praça Getúlio Vargas, do Suspiro...
“Olha só. Aqui é a sede do Tiro de Guerra. Que época boa. Eu era o soldado 108. E a maria-fumaça. Que pena tudo isso ter acabado. Foi uma época de ouro para Nova Friburgo”, relembra Zuenir encantado com as fotos. No painel da atual Avenida Alberto Braune na década de 1950, Zuenir para e contempla: “Esses carros eram o sonho de consumo de todo jovem, mas eu me contentava naquela época com uma bicicleta. A minha tinha uma roda enorme. Aliás, era o meio de transporte mais comum. Friburgo só tinha seis carros de praça (táxis) naquela época”, recorda-se parabenizando Castro, o qual Zuenir não conhecia até então. “Sem dúvida, uma belíssima exposição. Simplesmente deslumbrante. Todos devem vir conferir”, resumiu Zuenir para orgulho total de Castro.
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