José Duarte
A Semana Santa terminou com as celebrações da Páscoa, no domingo, 24. Durante uma semana católicos do mundo inteiro se recolheram para rezar, renovar a fé seguindo os passos de Jesus Cristo, desde sua prisão e condenação, passando pelo martírio e morte na cruz e a ressurreição. Na Catedral São João Batista, igreja-mãe da Diocese de Nova Friburgo, o bispo d. Edney Gouvêa Mattoso presidiu todas as cerimônias. Ele lembrou vários aspectos da missão dos cristãos, principalmente o sentido de união, que leva à responsabilidade da reconstrução de uma nova Nova Friburgo.
No domingo de ramos, que representa a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, a cerimônia começou com a bênção dos ramos no coreto da Praça Getúlio Vargas, seguindo-se a procissão dos ramos até a catedral. Na homilia, o bispo frisou: “Aproveitando a ressurreição de Jesus Cristo, já está na hora de terminar o luto e partirmos para um tempo de reconstrução, para reconstruirmos a cidade juntos. Me entristeço e sinto muito pela morte de tantas pessoas, mas com a Páscoa é chegado o momento de colocar fim ao luto e partir para a reconstrução. Nova Friburgo depende de todos nós, cristãos”. Na procissão do encontro, que marca o encontro de Jesus com sua mãe, Maria, durante o trajeto de Jerusalém até o Monte Calvário, onde foi crucificado, novamente o tema abordado foi a ressurreição de todos como cristãos.
Nos três dias seguintes seguiu-se, respectivamente, a Via Sacra, na praça, e o retiro comunitário, quando, durante a liturgia, os presentes foram sensibilizados da importância do jejum e abstinência, renunciando ao pecado, baseado na fragilidade humana. A missa do crisma, na manhã de quinta-feira, reuniu todos os padres da Diocese em torno do bispo. É o momento que os sacerdotes renovam as promessas sacerdotais e o bispo benze os santos óleos usados nas cerimônias de batismo, crisma e unção dos enfermos. À noite, d. Edney presidiu a missa do lava-pés e a instituição da eucaristia. Ao lavar os pés de 12 pessoas ele relembra o gesto de Jesus Cristo, lavando os pés dos apóstolos. Esta missa simboliza também a instituição da eucaristia. Após a missa, o altar é desnudado, o Santíssimo Sacramento é colocado em local de destaque e segue-se luto e silêncio com a vigília eucarística, que termina à meia-noite e prossegue no dia seguinte, das 6h às 15h, quando começou a liturgia da cruz.
A procissão do Senhor morto relembrou os últimos passos de Jesus na Terra. Na volta, ao chegar à Praça Dermeval Barbosa Moreira, o bispo e os padres refletiram as palavras proferidas por Jesus: "Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem” (monsenhor Alex Paiva Ribeiro); “Em verdade, eu te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (padre Gelcimr Petinati Celeste); “Mulher, eis aí teu filho, olha aí tua mãe” (padre Marcus Vinícius); “Eli, Eli, lama sabachthani” (padre Severino Correa da Silva); “Tenho sede” (padre Sergio Vitorino da Silva); “Tudo está consumado” (padre João Paulo de Britto); “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (d. Edney).
Durante sua reflexão, novamente d. Edney Mattoso voltou a falar na reconstrução da cidade. “Podemos reconstruir a cidade, podemos conter as encostas, mas as vidas que se foram ninguém mais vai restituí-las. Vamos declarar encerrado o nosso luto por uma cidade que precisa ser alentada pelo Cristo ressuscitado, que está no meio de nós. Como vosso bispo e pastor eu elevo minha súplica: Pai, recebe em tuas mãos esses nossos queridos irmãos e irmãs”, destacou d. Edney.
No sábado santo, 23, d. Edney presidiu a vigília pascal, uma das liturgias mais longas da igreja católica, porque tem oito epístolas, o Evangelho, cinco salmos, um responsório, ladainha dos Santos, canto da aleluia e bênção da água batismal de renovação das promessas batismais. A cerimônia começou na Praça Dermeval Barbosa Moreira, com a bênção do fogo novo, e seguiu até a catedral. Após a missa, que durou pouco mais de três horas, aconteceu a procissão da ressurreição no entorno da praça. Em sua reflexão, o bispo diocesano disse: “Tudo começa lá fora, com a bênção do fogo novo. É a luz de Cristo que nos ilumina com seu brilho e nos faz entrar na morada de Deus. A luz que nos faz entrar no santuário de Deus através do batismo. O círio pascal é a figura do Cristo ressuscitado, que nos convida a enunciar ao pecado. A vida brota de onde surgiu a morte. O luto que cobria a humanidade e o véu que nos separava do amor de Deus é sinal de que a Páscoa é nosso momento de ter esperança e de participar do triunfo de Jesus”, finalizou o religioso.
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