Por Bruno Pedretti
“Com um curso profissionalizante no currículo, as chances de conseguir uma vaga no mercado de trabalho são maiores, além de poder aprender uma nova profissão”. Palavras do aluno Marvin Coutinho, 20 anos, que aposta no curso de informática para um crescimento profissional no futuro.
Para o estudante, o mercado de trabalho dá mais oportunidades a quem tem cursos profissionalizantes. No entanto, ele acha que os cursos poderiam ter preços mais acessíveis, pois nem todas as pessoas têm condições de arcar com os custos, às vezes altos. ”Muitas famílias, até mesmo de classe média, têm dificuldades para pagar as mensalidades desses cursos e acabam não podendo fazer”, diz Marvin, na certeza de que um certificado faz a diferença na hora de disputar uma vaga no mercado de trabalho. Ele também enfatiza como positivo o fato de muitos desses cursos não serem ministrados por um longo período. “A curta duração dos cursos é mais um atrativo para que eu possa me especializar mais rápido”, afirma.
Para o diretor do curso profissionalizante Microlins em Nova Friburgo, Bruno Noronha, a demanda por escolas de especialização vem crescendo consideravelmente na cidade. “Hoje em dia o curso de graduação não dá certeza aos alunos de entrarem no mercado de trabalho. Já com os cursos profissionalizantes, as pessoas têm oportunidades de conseguir mais rapidamente uma colocação no mercado”, acredita.
Outro dado interessante fica por conta da terceira idade. Bruno revela que pessoas idosas têm procurado bastante os cursos de informática, buscando se integrar ao mundo virtual para melhor acompanhar a rápida evolução da sociedade moderna.
Segundo Bruno, o perfil das pessoas que desejam se especializar é bastante amplo, variando de acordo com o interesse de cada uma delas ou segundo as tendências apontadas pelo mercado. Os cursos servem como forma de reciclagem e aprendizado. Por isso mesmo, tanto quem já está trabalhando quanto aquele que almeja uma boa colocação profissional recorre aos cursos. “O mercado é muito dinâmico e o curso oferece essa atualização veloz”, explica Bruno. Segundo ele, os cursos de informática são os mais procurados, até por terem se tornado quase que ‘obrigatórios’ pelos empregadores. Outro curso bastante requisitado na empresa é o de Rotinas Administrativas. Bruno enfatiza que se a pessoa realmente se empenhar nas aulas, a colocação no mercado de trabalho é praticamente certa, através de um programa de encaminhamento. Inúmeros alunos se beneficiam com este projeto.
Um dos alunos que se beneficiou com o programa de encaminhamento é Vinícius Xavier, que cursou Design & Web na unidade. “Sempre gostei da parte de informática e buscava algo relacionado à área. Disponibilizei meu currículo na agência de encaminhamento e fiz parte de uma seleção para emprego. Fui escolhido”, conta Vinícius, que conquistou uma vaga num escritório de seguros. E ele não pretende parar por aí: já está de olho num curso de inglês.
IBGE realiza pesquisa sobre os cursos de especialização
Neste mês de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgou um trabalho no qual são descritos os principais aspectos da educação profissionalizante no Brasil. Em 2007, em torno de seis milhões de pessoas frequentavam algum curso profissionalizante: 80,9% estavam em cursos de educação profissional e 17,6% em cursos técnicos de segundo grau. No somatório destes com aqueles que já frequentaram algum curso profissional, totalizando 35,6 milhões de pessoas, 81,1% eram de cursos de qualificação profissional, 18,2% pertenciam a cursos técnicos de nível médio e 0,7% à graduação tecnológica.
Das pessoas que frequentaram em 2007 ou haviam frequentado antes cursos de educação profissionalizante, 18,9 milhões eram de instituições particulares, oito milhões de instituições públicas e 7,4 milhões eram do Senai, Sesi e Senac. Dos cerca de 90 milhões de pessoas ocupadas em 2007, em torno de 3,6% frequentaram algum curso de educação profissional nesse ano. Entre os desocupados, que naquele ano eram estimados em 8,1 milhões, 7,5% recorreram a algum curso profissionalizante. A área mais procurada foi informática, com 45,5%, seguida por comércio e gestão, com 11,5% dos participantes.
As vantagens de um curso profissionalizante
A principal vantagem para quem ingressa num curso profissionalizante é o acesso mais rápido ao mercado de trabalho. Em média, os cursos têm duração de seis meses a um ano e os estudantes normalmente têm mais facilidade para obter uma vaga de estágio ou emprego em sua área de atuação. Na graduação tradicional, o estudante demora em média quatro anos para receber seu diploma. Geralmente, o valor da mensalidade dos cursos profissionalizantes é mais baixo e, por se formarem mais rápido, os alunos gastam menos.
O curso profissionalizante é voltado àqueles que desejam uma formação que permita ingressar no mercado de trabalho de forma mais rápida. Como as matérias são direcionadas à formação profissional, os cursos fornecem mão de obra especializada aos setores do mercado de trabalho que crescem mais rapidamente. As pessoas também procuram um curso profissionalizante para aprimorar os conhecimentos já adquiridos no mercado de trabalho.
Mas, na hora de escolher um curso profissionalizante, alguns cuidados devem ser observados. A primeira coisa é saber se o candidato realmente tem aptidão para a área que selecionou, o que pode ser obtido com um teste ou orientação vocacional. É importante conhecer a carreira e o mercado de trabalho conversando com profissionais da área para saber se realmente é aquilo que se deseja. Não adianta fazer um curso que esteja em alta se o aluno não possuir vocação para atuar em determinado setor.
Definida a área, é bom procurar conhecer melhor a empresa que oferece o curso, para saber qual o conceito e a aceitação dos profissionais formados pela instituição no mercado de trabalho.
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