Cuidando dos Bichinhos - História: A domesticação dos cães (1)

Por Flavia de Oliveira Herdy// Henriette Bito Jordão
sexta-feira, 04 de julho de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Até há pouco tempo, a origem do cão doméstico era envolta em certa confusão, pois não se sabia direito se os cães descendiam dos lobos, dos coiotes, dos chacais ou de uma mistura entre estas três espécies. Recentes análises de DNA parecem corroborar definitivamente a tese do lobo. Acredita-se hoje que lobos jovens eram trazidos para os acampamentos e deixados aos cuidados das mulheres. Esses lobinhos eram guardados por motivos variados, tanto afetivos como alimentares e religiosos. Só depois que se descobriu a sua utilidade para a guarda e a caça.

É desconhecida a data da domesticação do cão (Canis familiaris). A domesticação ocorreu muito provavelmente em diversas civilizações e regiões do mundo e teria começado no fim do Paleolítico. Segundo dados arqueológicos, teria ocorrido há aproximadamente 14 mil anos.

Os cães são animais predadores que vivem em grupos familiares extensos, possuindo uma complexa organização social. Eles, mesmo após muitos anos de domesticação, ainda possuem todos os instintos que seus antepassados precisaram para sobreviver até hoje, como a sobrevivência na natureza, a proteção e o afeto com os companheiros.

Estudos de comportamento dos lobos e cães selvagens indicam que a agressão e a violência são exceções, e as brigas acontecem somente em último caso. Isto porque, quando os cães brigam realmente, eles se machucam, e qualquer membro da matilha debilitado diminui as chances de sobrevivência do grupo.

Cães e pessoas podem viver juntos porque possuem sistemas sociais parecidos. Neste sistema, existe um grande cuidado dos pais para com a prole, é usada a comunicação vocal e não vocal, e é baseado em consideração, não violência física e controle.

Pelo fato de cães e pessoas terem estruturas sociais parecidas, nós nos familiarizamos com muitos sinais caninos. Isto se torna um problema, pois as pessoas assumem que os sinais caninos são exatamente como os nossos.

Sem a consciência de que somos diferentes, entramos em disputa com os cães e acabamos ficando nervosos ou frustrados com suas reações. Esperamos que os cães queiram o que queremos, que sintam como nos sentimos e, ainda pior, que pensem como nós pensamos.

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