Cuidando dos Bichinhos : CINOMOSE CANINA

Por Flávia de Oliveira Herdy /// Henriette Bito Jordão
sexta-feira, 07 de novembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

A cinomose é causada por um vírus que se transmite a partir do ar. Este é sensível à maior parte dos desinfetantes e é instável fora do organismo do hospedeiro.

Esta doença ocorre na maioria em cães jovens, porém, todos os cães, independentemente da idade, podem ser afetados. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano. Além dos cães, há vários outros hospedeiros, como raposa, lobo, chacal, furão, marta, lontra, quati, leão, urso, panda, hiena etc.

A transmissão da cinomose canina ocorre por contato direto, pelas vias respiratórias ou ar contaminado. O período de incubação pode durar de 14 a 18 dias (multiplicação viral em tecido linfóide), quando o animal doente espirra, contamina o ambiente e os animais que estejam perto; inclusive, se tiver um ser humano por perto, o vírus pode ser carregado até um animal sadio por ele. Animais de 3 a 6 meses de idade são mais suscetíveis à infecção devido ao declínio dos títulos de anticorpos transmitidos pela mãe (imunidade passiva).

Os sinais clínicos, duração e gravidade da doença irão depender de alguns fatores, tais como o estado imunológico do animal, virulência da cepa, órgãos afetados pelo vírus, entre outros. Os sinais clínicos podem ou não seguir uma cronologia, porém, geralmente a cinomose é uma doença aguda e febril.

Em nível respiratório os sintomas clínicos mais comuns são corrimento nasal, com muco purulento; descargas nasais; dispnéia; tosse seca que poderá tornar-se úmida e produtiva; apatia; e anorexia (perda do apetite), rinite e conjuntivite.

Em nível do trato gastrointestinal os sinais mais comuns encontrados são vômitos e diarréias, podendo ser estas catarrais e/ou hemorrágicas.

Com o agravamento da doença, poderá ocorrer o aparecimento de sintomatologia nervosa. A partir deste momento a probabilidade de recuperação se torna mais remota, existindo uma gama de sintomas neurológicos, tais como convulsões, enfraquecimento e paralisia dos membros, principalmente os posteriores, sintomas cerebelares (tremores de cabeça) e vestibulares (cabeça pêndula, ataxia, nistagmo).

Ocorre ainda contração localizada de um músculo ou grupo de músculos (tiques, espasmos), ataques convulsivos caracterizados por movimentos de mastigação da mandíbula com salivação, que se tornam mais freqüentes e graves. Observam-se ainda movimentos de andar em círculo e pedalar, usualmente com micção e defecação involuntária. O curso da doença pode ser rápido (dez dias) ou se prolongar por semanas e/ou meses. Os animais que sobreviverem à cinomose poderão se recuperar normalmente, ou, então, ter seqüelas para o resto de suas vidas. Tudo irá depender da gravidade da doença.

Outras manifestações clínicas são dentes com pequena depressão ou falha no esmalte, hiperceratose dos coxins plantares e do plano nasal duro e dermatites.

Não existe tratamento específico, indicando-se terapia de suporte (fluidoterapia e antibióticos) para combater a desidratação e doenças infecciosas associadas. O prognóstico é ruim. O esquema vacinal adequado feito por um médico veterinário (e não por balconistas de casas agropecuárias em ambientes precários e situações clínicas duvidosas higienicamente) é o único meio realista e efetivo de prevenção e controle desta doença.

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