Os cãezinhos, fiéis amigos do homem, precisam de um ambiente saudável para sobreviver. Para muitos donos, isso se resume a banhos perfumados, tosa regular, carinho, atenção, conforto e muitos brinquedinhos. Porém, apesar destas serem medidas importantes para que o animal fique feliz e esteja sempre brincalhão, existe um fator que pode atrapalhar completamente a vida saudável destes amiguinhos: o cigarro dos donos. Se você é fumante e tem cachorro em casa, saiba que você não está só diminuindo a qualidade, mas também a expectativa de vida deles sem perceber.
Há poucos estudos sobre o efeito da fumaça do cigarro em animais. Entretanto, o dr. Anthony Moore, da Universidade de Massachusetts, revelou que viver em uma casa com fumantes aumenta consideravelmente o risco de um gato ou cachorro ter linfomas (tumor nos linfócitos).
Pesquisas recentes mostram que a fumaça do cigarro está relacionada a outras doenças em animais de estimação, como a asma. Estudos demonstram que a exposição à fumaça do tabaco está relacionada ao câncer nasal e à sinusite de cães. A constante exposição à fumaça do cigarro certamente não deixará seu animal de estimação mais saudável, mais feliz e em forma. Em um ambiente perfeito, um animal não deve entrar em contato com nenhuma fumaça de cigarro, então por que não fumar fora de casa?
No Brasil ganha destaque o estudo do veterinário Marcello Roza. Em sua dissertação para a Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, a UnB, ele relata as conclusões de uma pesquisa feita com 30 cães da raça yorkshire. Quinze deles tinham donos fumantes. E todos os integrantes desse grupo, sem exceção, apresentaram algum tipo de estrago no sistema respiratório por causa da exposição constante à nicotina, ao alcatrão e companhia.
A encrenca mais comum atende pelo nome de antracose – lesão provocada por partículas de poluentes que se instalam nos pulmões, formando pigmentos negros. O agravamento do quadro pode levar ao câncer pulmonar. E a ameaça cresce se a raça do cachorro for dotada de focinho curto, que não filtra o ar tão bem. Já para os cães que têm essa parte mais alongada, o perigo é um tumor nos seios nasais. “Como o tempo de vida do bicho é breve, a doença se desenvolve mais rapidamente nele”, lembra o veterinário.
As raças mais prejudicadas pelo fumo passivo são as de pequeno porte. É que esses animais tendem a ser mais caseiros e, portanto, ficam mais próximos do dono – e da fumaça do dono. Não é justo com o pobre animal. Então, se você ainda não se convenceu de que o melhor mesmo é abandonar o vício – e por todos os motivos que já está cansado de saber –, pelo menos trate de apagar o cigarro quando seu fiel escudeiro estiver por perto.
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