Cuidando dos bichinhos - 1° de maio.

Por Drª Flávia de Oliveira Herdy & Drª Henriette Bito Jordão
sexta-feira, 30 de abril de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Doença de Lyme

Descoberta nos Estados Unidos há mais de 15 anos, ainda é pouco conhecida no Brasil. Pode se tornar problema de saúde pública em futuro próximo, pois já existem casos recentemente confirmados na região da Grande São Paulo.

O camundongo, o coelho, o lagarto, o veado e outros animais silvestres representam o foco natural da doença. Outros animais como o cão, o gato e os pássaros podem carregar o carrapato infestado pela bactéria Borrelia burgdorferi que causa a doença. A transmissão ocorre pela picada de carrapatos, que transportam a bactéria do animal doente para outros animais e para o homem.

A doença de Lyme pode ser contraída em qualquer época do ano. Os carrapatos jovens (ninfas) estão em fase mais ativa durante os meses quentes do ano, entre maio e julho. Os carrapatos adultos são mais ativos durante a primavera e o outono, mas podem também estar fora, à procura de um hospedeiro, sempre que durante o inverno as temperaturas estiverem acima do ponto de congelamento.

Em geral, os sintomas iniciais da doença de Lyme, descritos a seguir, começam entre três e 30 dias após a picada por um carrapato infectado. Se a doença de Lyme não for tratada, poderão aparecer sintomas da fase tardia da doença de Lyme em semanas ou até anos após a infecção inicial.

A doença manifesta-se com uma irritação no local da picada podendo desenvolver uma lesão de pele (mancha rosada) que vai aumentando com o tempo. Podem aparecer náuseas, dores de cabeça, na nuca, nos músculos, febre e cansaço. Se não houver tratamento, a doença de Lyme poderá atingir o sistema nervoso central provocando meningite, paralisia da face, problemas cardíacos, artrites, etc.

A infecção pode causar o acometimento de diversos órgãos, inclusive a pele, o sistema nervoso, o coração e as articulações. Nos seres humanos pode haver ainda o surgimento de lesões eritematosas na pele (avermelhadas) que evoluem de forma centrífuga do local da picada do carrapato (chamado de eritema migratório), no entanto, esse achado nem sempre é frequente. Em cães, os sintomas mais comuns são dores articulares aguda, letargia e febre.

No Brasil, a doença de Lyme já foi diagnosticada em cães na cidade de São Paulo, nos municípios da Baixada Fluminense (estado do Rio de Janeiro) e em áreas rurais do estado do Rio de Janeiro. A doença também já foi diagnosticada em humanos.

Como prevenção deve-se fazer uso de roupas claras cobrindo a maior parte da pele e botas altas quando em expedições à floresta, uso de repelente de insetos. As calças devem ser colocadas dentro das meias para evitar essa porta de entrada aos carrapatos. Os carrapatos, se encontrados devem ser retirados imediatamente da pele da forma apropriada, se possível por alguém com experiência. Se não houver ninguém nas imediações, devem ser usadas pinças ou queimar levemente a cabeça do carrapato com isqueiro ou cigarro aceso de forma de que ele saia por si mesmo. Se em zona endêmica é aconselhável a consulta médica.

O tratamento deve ser feito com antibióticos, que promovem cura e recuperação rápida, se iniciado no início dos sintomas. Em estágios mais avançados o tratamento deve ser mais longo.

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