Cuidando dos bichinho - 20 de junho

Por Drª Henriette Bito Jordão & Drª Flávia de Oliveira Herdy
sexta-feira, 19 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Os animais sonham?

Você alguma vez já percebeu que seu cachorro ou gato se mexe enquanto dorme, ou emite sons durante o sono? Pois saiba que o bichinho pode estar sonhando. “O sonho de um gato ou cachorro pode ser influenciado pelo ambiente em que ele convive. Se o animal vive em um ambiente barulhento e onde ele não recebe atenção, poderá dormir pouco, se tornando estressado e solitário”, avisa a psicobióloga Silvia Helena Cardoso.

Por outro lado, os bichos que vivem em um ambiente tranquilo e recebem carinho e atenção tendem a ter o sono mais tranquilo. De acordo com Silvia, as afirmações levam em conta registros de exames feitos em diversos animais.

Conforme a especialista, é importante ainda respeitar os animais durante o descanso e deixar que eles durmam tranquilamente. “O momento em que o sono é mais profundo, conhecido como REM, é necessário para o equilíbrio e bem-estar dos bichos”, salienta. Ela ressalta que estudos mostram que o sono REM só se apresenta em aves e mamíferos, ou seja, animais de sangue quente. Entre eles estão ratos, gatos, cães, macacos e elefantes. “Experimentos com animais como répteis, por exemplo, não apresentaram indícios de sono REM”, destaca Silvia.

Já o Massachusetts Institute of Technology (MIT) publicou um estudo no qual se tentou investigar o conteúdo dos sonhos dos animais. Analisando os padrões cerebrais de ratos em estado de alerta e depois quando os bichos estão dormindo, os cientistas do MIT conseguiram criar uma base de comparação de dados. Conforme o experimento, realizado em 2001, foi possível identificar que os ratos sonham com atividades ligadas à rotina do dia a dia como, por exemplo, correr em um labirinto, ou então com comida.

Conforme a pesquisadora Silvia, a quantidade de sono nos animais é inversamente relacionada ao grau pelo qual as espécies devem lidar com o perigo predatório, ou seja, as espécies vulneráveis a predadores tendem a dormir menos. “Alguns animais grandes como elefantes, vacas e cavalos também dormem pouco, pois gastam grande quantidade de tempo fazendo estocagem de alimentos”, explica.

Os cães tem 2 fases do sono: superficial ou ondas cerebrais lentas; e movimento rápido dos olhos (REM). No estágio superficial, o cão fica quieto e alerta, tem uma respiração profunda e ritmada, sua pressão sanguínea, seu metabolismo e sua atividade cerebral diminuem. Nessa primeira fase, o cão pode acordar repentinamente devido a estímulos sensoriais. O estágio superficial dura de 10 a 20 minutos.

Na segunda fase, REM, as pálpebras do cão se movem daí o nome “rápido movimento dos olhos”. A respiração nessa etapa é mais irregular, rápida e superficial, às vezes o cachorro parece não estar respirando. Também ocorrem movimentos nas patas, músculos da face e orelhas.

Os cães podem ter alguns distúrbios de sono, como a apneia, que é uma parada respiratória devido à obstrução das vias respiratórias, que acontece mais no Boxer e Buldogue, devido aos seus focinhos achatados. Outra doença é a narcolepsia, na qual o cão repentinamente entra em sono profundo. Esse mal é mais comum no Dobermann, Labrador, Poodle, Beagle e Dachshund. Esses distúrbios são controlados por medicamentos.

Já os gatos passam grande parte do tempo dormindo. Dormem dois terços do dia (embora em períodos de vários minutos cada um), duas vezes mais que os outros animais. Só que a duração do sono diário é variável e parecem estar condicionada por um apetite bem satisfeito, estímulos sexuais, idade e época do ano. Gatos jovens e idosos dormem mais do que o gato adulto saudável. Dormindo ou acordado, os gatos estão constantemente recebendo e processando informações. Mesmo na hora do sono mais profundo, seu cérebro permanece ativo como se estivesse acordado, sempre alerta a sinais de perigo. Por isso, nunca puxe a cauda de um gato adormecido. Ele acordará instantaneamente e, muitas vezes, agressivo. Há evidências científicas de que os gatos sonham. E isso pode ser notado por alguns sinais externos como: movimento das patas e garras, contorções dos bigodes, movimentos rápidos das orelhas e, em alguns casos, vocalização.

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