Férias escolares, verão e calor. Tudo junto, ao mesmo tempo. Com isso, as crianças têm pouco mais de um mês pela frente para brincar. Cabe aos pais ou responsáveis tomar cuidados específicos para garantir o bem-estar dos filhos neste período. Para ajudar nessa tarefa e afastar os perigos da estação, especialistas dão dicas para você e sua família chegarem ao outono sem sobressaltos.
Desidratação - No calor, brincadeira é sinônimo de muito suor, o que leva a uma perda considerável de líquidos. E, no meio da diversão, as crianças simplesmente não percebem que estão com sede. Ignorar o pedido do corpo por líquido pode levar à desidratação. Por isso, Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz (SP) e criador do portal Pediatria em Foco, recomenda: “Ofereça bebidas com frequência e antes que as crianças peçam, mesmo que tenha que interromper a brincadeira. Dê preferência à água e aos sucos naturais”.
Afogamento - A criança precisa sempre estar acompanhada por um adulto quando for à praia ou à piscina. E, mesmo assim, deve usar boias. O fato de o pequeno já fazer aulas de natação não interfere em nada nessa necessidade, como ressalta Marcelo Porto, vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. “Até quatro anos há risco de afogamento até em poça d’água. Isso é um assunto sério. A criança não pode ficar desassistida nem por um segundo.” Os adultos também devem ficar atentos com baldes e banheiras, muito comumente usados para aliviar o calor nessa época do ano. Além disso, nunca é demais lembrar que os responsáveis precisam cercar as piscinas para evitar acidentes.
Protetor solar - A partir dos seis meses de idade o protetor solar deve ser usado sempre que a criança ficar ao ar livre: na praia, no campo, no clube, quando for brincar no playground do prédio, mesmo que vá ficar debaixo do guarda-sol o tempo todo. O fator de proteção solar (FPS) adequado à pele da criança é determinado em consulta com o médico. As crianças devem usar protetor solar sempre que estiverem em atividades ao ar livre. Atenção também ao horário de exposição ao sol, que pela manhã pode ser até as 10h e à tarde depois das 17h.
Alimentação - Sem aulas, a rotina das crianças é quebrada e a tentação de comer mais entre as refeições aumenta. Lançar mão de salgadinhos nesses momentos é vetado. A criança já perde mais líquido do que em outras épocas do ano e o sal exagerado desses produtos só piora a situação. As frutas são as substitutas ideais. Para evitar o consumo de alimentos inadequados fora de casa, refeições leves devem ser feitas em família antes de cada passeio.
Queimadura - Caso sejam de sol, um bom hidratante infantil com extrato de aloe vera ou cânfora resolve o problema. Preste atenção ao produto, que deve ser adequado à pele infantil. Nada de passar aquele creme da mãe que está ali à disposição. “Na dúvida, é melhor não passar nada”, adverte a dermatologista Cíntia Cunha. Queimaduras de água-viva devem ser lavadas com vinagre ou a própria água do mar. Torna-se essencial uma avaliação médica para saber a gravidade do ferimento.
Roupa - Quanto mais leves forem as roupas, melhor. “Muitas mães colocam casaquinhos nas crianças quando não é preciso. Não se esqueça de que, assim como os adultos, elas sentem calor. Roupas fresquinhas são indispensáveis para a pele respirar”, diz Cíntia. Ela aponta o surgimento de brotoejas como sintoma de pele abafada. “Pasta d’água e peças arejadas resolvem esse problema”, garante. É importante lembrar ainda um acessório indispensável: o boné, que pode ser substituído por chapéus, de acordo com a “produção” das crianças.
Repelente: pernilongos, borrachudos e mosquitos em geral—inclusive o da dengue—se aproximam das pessoas no calor. Como a recíproca não é verdadeira, não deixe de usar repelentes nas crianças. Marcelo Porto recomenda aqueles à base de citronela, receitados pelo pediatra e feitos em farmácia de manipulação. “Podem ser usados até em recém-nascidos”, avisa. Cíntia dá a alternativa daqueles feitos com base de óleo de andiroba, também prescritos por um médico, mas que só são indicados a partir dos três meses de idade.
Farmácia caseira - Além do kit básico de primeiros-socorros (curativos adesivos, gaze, esparadrapo, algodão, cotonetes, soro fisiológico, solução iodada, tesoura e pinça) é prudente incluir na farmácia caseira de verão medicamentos antitérmicos, antialérgicos e para enjoos. Todos devem ser receitados pelo médico da criança. (Fonte: IG)
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