Cufa busca espaço em Nova Friburgo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

A imensa variedade cultural de Nova Friburgo abre precedentes para uma expansão tal de horizontes, que poderá abranger, sem problemas, as particularidades típicas das regiões periféricas e favelas do município. Ao menos é assim que pensa a idealizadora do projeto Dança de Rua é Arte e a Escola faz parte, Aline Debossan Velozo, que no momento tenta viabilizar a criação de uma casa de artes urbanas ligada à Central Única das Favelas (Cufa).

A ideia de Aline, orientada pelo coordenador da Cufa no estado do Rio de Janeiro, Celso Athayde (co-autor do livro Falcão – Meninos do Tráfico, em parceria com MV Bill), é contribuir, através da arte, com o desenvolvimento e o progresso das favelas de Nova Friburgo junto ao restante da cidade. E, se existe alguma dúvida sobre a existência de favelas na cidade, Aline cita o próprio Athayde: “Favela é o espaço físico onde pessoas vivem em extrema desvantagem social, independente de ser quilombola, indígena ou comunidade popular. As variações de nomenclatura servem para desviar o foco e diminuir a tensão e a cobrança. Não adianta chamar a favela de comunidade se não resolvem seus problemas fundamentais. Se for pra ter um nome bonito, sugiro chamar de ateliê. Mesmo que as pessoas continuem passando fome, sem saneamento básico, teremos um nome bonitinho. Resolve? A pior forma de mudar uma dura realidade á fugindo dela. Não se muda o nome, mudamos os fatos”.

Até 2012 a Cufa pretende acontecer em todos os municípios do país. Isso será feito, conforme explica Aline, buscando valorizar as regiões periféricas e as favelas, objetivando incentivar essas comunidades no caminho do progresso, para que então os moradores possam sentir amor e orgulho pelo local. Em Nova Friburgo a Cufa ainda não possui uma sede física, mas já tem projetos em andamento. São eles a Companhia de Rua de Nova Friburgo e o Circuito Municipal de Basquete de Rua.

Os projetos farão parte da sustentabilidade da instituição, procurando despertar nos jovens moradores das periferias o interesse pelas artes através da dança, popularizando o movimento hip hop, a cultura negra e as artes urbanas. “Aquele que ninguém quer, é esse que queremos”, diz Aline, fazendo referência a uma exclusão social que existe, mas ninguém quer ver. “Não precisa de muito esforço, é só sair do centro da cidade. Comunidades como o Morro do Dedé, por exemplo, são uma realidade. As pessoas convivem com esgoto a céu aberto e ninguém parece notar”, denuncia.

Apoio e oportunidade é o trabalho que a Cufa procura proporcionar. Para isso os representantes da Cufa começarão, já em março, a visitar escolas da rede pública e conhecer associações de moradores, para oficializar as favelas de Nova Friburgo. Buscarão também as secretarias de Cultura, Turismo, Educação e Promoção Social, para uma representação oficial da cidade.

Os interessados em conhecer melhor o projeto e até ajudar podem entrar em contato pelos e-mails aline.cufa.friburgo.rio@gmail.com e cufa.friburgo. rio@gmail.com. Para mais informações sobre a Cufa-NF acesse http://cufafriburgorj.blogspot. com.

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