Nanci Queiroz, de 58 anos, é uma das muitas donas de casa que está preocupada com a ceia do Natal deste ano, já que a crise econômica atingiu em cheio o bolso dos consumidores. Muitos até pretendem optar por uma ceia diferente — mais barata —, o que pode refletir em sobras de mercadorias nas prateleiras dos supermercados. “Praticamente quase tudo subiu. Isso significa que terei que comprar menos quantidade ou mesmo deixar de levar certos produtos para casa, buscando algo que possa substituir itens clássicos da ceia”, disse ela.
Quem também achou os valores salgados foi a dona de casa Ana Ferreira, de 46 anos, que realizou uma pesquisa de preços nos supermercados de Nova Friburgo na última semana.
"Vim ver os preços de produtos natalinos e para o réveillon e fiquei assustada. Já percebi que para as ceias de Natal e Ano Novo vou ter que repensar o que fazer”, acredita ela.
Faltando menos de suas semanas para uma das noites mais esperadas do ano, na hora de escolher o que pôr no carrinho, os friburguenses terão de moderar nas compras e optar por produtos nacionais se quiserem economizar, já que nozes e amêndoas, por exemplo, itens típicos desta época, estão mais caros do que no ano passado.
O preço do quilo das nozes, que variava entre R$ 24,36 a R$ 115 em 2014, atualmente é vendido de R$ 39,90 até R$ 139. Já as amêndoas, antes com preços entre R$ 13,60 até R$ 58,60, são encontradas agora por R$ 39,90 até R$ 112, o quilo. Ou seja, um aumento de aproximadamente 190%, em relação aos menores valores praticados. Embora mais tímido, quem também sofreu aumento foi o quilo da castanha, de R$ 61,50 para R$ 89,90 (o preço mais caro).
Entre as carnes, o peru, tido como a estrela da noite de Natal, vem sendo vendido a valores que oscilam entre R$ 14,98 a R$ 20,99, o quilo. Já as opções de aves temperadas como o chester, o pernil e o presunto tender, atualmente, custam, nos supermercados do centro de Friburgo, até R$ 20,90, R$ 21,90 e R$ 39,90, o quilo, respectivamente. O bacalhau, comum na Páscoa e presença certa em muitas mesas natalinas, pode ser encontrado a R$ 39,90 o quilo, preço considerado razoável por alguns consumidores abordados nos supermercados pela equipe de A VOZ DA SERRA na última semana.
Panetone: de queridinho a vilão
Assim como o Papai Noel, o panetone é uma iguaria símbolo do Natal. A delícia que tem versões com frutas cristalizadas e também chocolate, é presença certa nas ceias de fim de ano. Entretanto, o queridinho da festa, este ano, pode surgir ir como um grande vilão. Isso porque um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que mostra a carga tributária — incluindo tributos federais, estaduais e municipais —, concluiu que, em alguns casos, a cobrança de impostos supera 30% do valor final do produto. É o que ocorre com o panetone, em que os tributos somam 34,63% do preço final.
Em pesquisa pelos principais mercados do centro da cidade, A VOZ DA SERRA constatou que, considerando as diferenças entre as opções cristalizadas, o produto é vendido, em média, a R$ 16,07. Claro que há diversas opções. Algumas versões simples do pão, por exemplo, são vendidas a R$ 4,99. Já as opções com gotas de chocolate ou trufados podem ultrapassar R$ 50 a unidade.
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