O crime de ameaça é o que mais motiva as mulheres dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis a procurar ajuda da polícia. Durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga as causas da violência contra a mulher no Estado, nesta sexta-feira, 14, na Câmara Municipal de Teresópolis, a representante do Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam), Patricia Carvalho, disse que somente este ano 600 casos já chegaram às delegacias locais e mais de 50% são de ameaça, seguidos de lesão corporal.
De acordo com a presidente da CPI, deputada Martha Rocha (PSD), os dados mostram que as mulheres estão mais conscientes. “Esse é um crime difícil, que pode ter um desfecho negativo se a mulher não tomar uma atitude”, disse a parlamentar. Segundo ela, Teresópolis está bem amparado pelos serviços voltados à parcela feminina da cidade. “O município conta com secretaria, conselho e centro de referência para a mulher, além de um juizado especial da violência doméstica. Isso é fundamental”, ressaltou.
Dependência
Patricia Carvalho afirmou que a maioria das mulheres que procuram o Nuam depende financeiramente de seus parceiros. “Isso faz com que muitas tenham medo de denunciar. Elas acreditam que a ameaça não vai se concretizar e voltam a nos procurar em situações piores”, disse Patricia. “Em Nova Friburgo, até julho deste ano já foram contabilizados 68 ameaças”, afirmou a delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Friburgo, Waleska Garcez.
A audiência deu continuidade a uma série de visitas da CPI a diversas regiões do Estado. O grupo já esteve em Maricá, na Região Metropolitana do Rio; em Mesquita, na Baixada Fluminense; em Resende, no Sul Fluminense; e em Araruama, na Região dos Lagos. Na próxima segunda (17/08) será a vez do município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, receber a visita da comissão.
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