Os empresários do setor industrial da região Centro-Norte fluminense apontaram aumento da dificuldade de acesso ao crédito no terceiro trimestre deste ano. O indicador atingiu o menor patamar da série histórica (21,4 pontos), iniciada em 2005, segundo a pesquisa Sondagem Industrial divulgada no fim de outubro pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O problema é causado pelas incertezas econômicas e o aprofundamento da recessão no país.
“A economia está estagnada. Os bancos e demais instituições de crédito estão mais exigentes com os financiamentos por conta do aumento nos índices de inadimplência no Brasil”, explicou a empresária e presidente da representação regional da Firjan em Nova Friburgo, Márcia Carestiato. Diante do cenário econômico, as principais instituições de crédito do país vêm aumentando as provisões contra o calote nos financiamentos.
A Sondagem Industrial é uma análise feita mensalmente para avaliar a produção, as vendas, o estoque, a compra de matérias-primas e as exportações do setor. O indicador da pesquisa varia de zero a 100 pontos e quando está abaixo dos 50 revela dificuldade na obtenção de financiamentos. Quanto menor o índice, maior é a dificuldade dos empresários.
A análise feita pelos economistas da Firjan mostra que os empresários também estão insatisfeitos com o lucro e com a situação financeira no terceiro trimestre de 2015. O indicador de margem de lucro operacional ficou em 27,8 pontos e o de satisfação com a situação financeira foi de 34,5 pontos, ambos abaixo da linha divisória dos 50 pontos.
A pesquisa aponta ainda queda da atividade industrial em setembro. Os indicadores de volume de produção e de número de empregados ficaram abaixo da linha de 50 pontos, 40,4 e 41,1 pontos, respectivamente.
A expectativa dos empresários para os próximos seis meses é de queda da demanda por produtos industriais (46,7 pontos), compra de matéria-prima (41,8 pontos) e o número de empregados (37,9 pontos). Os indicadores ficaram abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica queda na produção, na compra e no emprego. Apesar do pessimismo na maioria dos indicadores, os industriais estão com expectativas de que as exportações apresentem algum aumento (51,6 pontos) devido à desvalorização do câmbio.
Segundo a Firjan, participaram da pesquisa empresários do setor industrial de Nova Friburgo, Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis e Trajano de Moraes.
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