O prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral, acompanhado do subprefeito da região, de secretários municipais e vereadores, inaugurou no último sábado, 27 de fevereiro, o Centro Municipal de Educação Infantil Maria Damasco Mouta, em Lumiar, 5º distrito do município. O nome da instituição é homenagem à primeira educadora da região, atuante desde os anos 1940 até 1967.
O atendimento de antiga reivindicação e as peculiaridades da localidade emprestaram ao evento algumas características especiais que revelam o modo como se comunicam as relações sociais comunitárias e o poder público. A inauguração da creche evidenciou, também, a proximidade entre a educação e a tradição cultural local: o empoderamento desta resulta no reforço da primeira. Foi presença marcante a banda da Sociedade Musical Euterpe Lumiarense, fundada em 1891 por diversas famílias do lugar, então produtor de café.
Bercília Mozzer de Morais cantou o Hino Nacional com a mão sobre o coração. A seu lado, sentado em uma cadeira, dada sua dificuldade atual de manter-se de pé, estava Paulino José Schwaulb, tendo retirado seu chapéu de marinheiro, marca a acompanhá-lo há tempos, em sinal de respeito.
Antes do Hino Nacional, a Euterpe Lumiarense abriu a solenidade com Exaltação a Lumiar, cantada por Maria Lúcia Brust. A música foi composta, não faz muito tempo, por Odemi Klein Brust, em uma madrugada em que acordou pensando em seu pai, antigo lumiarense. Odemi nasceu depois de a família ter deixado Lumiar, nos anos 1920, viveu no norte do estado, no Rio de Janeiro, em Niterói e em Recife, sendo uma depositária de lembranças da terra de sua família. Em seguida, o Hino do Centenário de Nova Friburgo.
Lúcia Brust e Bercília Mozzer foram professoras e diretoras de escolas, discípulas de Maria Mouta, a quem se referem com grande admiração. Também marcaram época por sua dedicação profissional. Zé Schwaulb, além de lavrador, é sanfoneiro. Até pouco tempo, quando se locomovia com mais facilidade, era comum ouvir nas ruas de Lumiar sua sanfona de oito baixos, relíquia com mais de cem anos.
Não foi apenas a inauguração de uma obra pública necessária o que aconteceu. Foi o diálogo entre a gestão pública e a cultura formada desde época muito antiga, que insiste em continuar a existir, com sua banda de música e seus personagens vivos, cuja presença, por si só, conta história.
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