Bruno Pedretti
Parecia até um sinal de que algo terrível estava se encaminhando para Nova Friburgo. Antes do fatídico 12 de janeiro, uma enorme cratera se abriu na Ponte da Saudade, mais precisamente na Estrada Prefeito César Guinle, em frente ao Centro Adventista de Vida Saudável – Cavs. O fato que aconteceu no dia 21 de dezembro do ano passado assustou demais os moradores do local. Por conta de uma tromba d’água que caiu em direção à Pedra do Imperador e dividiu o grande volume de água entre os bairros Olaria e Ponte da Saudade, a passagem no sentido Mury pela antiga linha férrea ficou impedida. É possível passar apenas caminhando pela borda de concreto de um lago.
O grande volume de água fez com que uma adutora se rompesse, agravando ainda mais as consequências do acidente natural. Logo assim que ocorreu o acidente, o secretário municipal de Obras, Hélio Gonçalves Corrêa, visitou o bairro e conversou com o superintendente da Concessionária Águas de Nova Friburgo, Christian Esteves Portugal, que também acompanhava de perto as primeiras operações dos funcionários.
Na época, de acordo com a assessoria de comunicação da concessionária, seria construída uma nova adutora. Outra informação era que, embora estivesse suspenso o abastecimento de água na localidade, a empresa já providenciaria manobras de vazão para que os moradores não ficassem sem água potável.
O secretário de Obras informou que seria necessária uma obra de contenção de grande porte, com valor aproximado de R$ 1 milhão.
— Como não temos verba, teremos que buscar algo emergencial. Será necessário construir um muro com mais ou menos 60 metros de extensão, com 30 metros de altura. Mas tentaremos construir uma passagem provisória. Uma obra dessas deve demorar no mínimo 90 dias — revelou Helinho na ocasião.
Cerca de 20 dias depois do acidente que ocorreu na Ponte da Saudade, a maior tragédia natural do país se abateu sobre a cidade e fez centenas de vítimas fatais — de acordo com números oficiais, 428 pessoas perderam suas vidas. Um verdadeiro caos se instalou no município, com equipes de resgates à procura de corpos, voluntários atuando em diversas frentes, doações chegando sem parar, hospital da Marinha montado na Praça Dermeval, enfim, uma boa estrutura para atender às vítimas da catástrofe.
Mas, e a cratera que se abriu na Ponte da Saudade? Diante de tantos fatos negativos, o enorme buraco ficou em segundo plano? A reportagem de A VOZ DA SERRA enviou estas perguntas à Prefeitura e à concessionária Águas de Nova Friburgo para que fossem esclarecidas, já que o Hospital do Câncer será construído no Cavs. O ônibus que faz a linha Ponte da Saudade/Felipe Camarão não está indo até o Cavs por conta do buraco, prejudicando alguns moradores que necessitam da condução.
Segundo Prefeitura, obra é prioridade
Segundo a Secretaria de Obras, o projeto do muro de contenção para a área atingida está sendo tratado como prioridade pela Prefeitura devido à construção do futuro hospital do câncer.
Águas de Nova Friburgo garante vazão e qualidade da água após a cratera
A Águas de Nova Friburgo informa que a adutora da Rua Prefeito César Guinle, atingida por um deslizamento de terra em dezembro de 2010, foi refeita de maneira provisória, de modo a não interferir nas obras de recuperação do pavimento do local que serão executadas pela Prefeitura. Apesar do caráter provisório da rede instalada, a mesma foi feita com material de alta qualidade, de modo a manter a vazão e garantir a qualidade do abastecimento na localidade.
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