Conforme já mostrado em diversas matérias publicadas por A VOZ DA SERRA, alguns espaços públicos de Nova Friburgo permanecem ocupados por moradores de rua e pessoas alcoolizadas. A cen tem sido cada vez mais comum em pontos tradicionais do município e tornou-se um problema crônico. Locais como as praças do Centro — Getúlio Vargas, Dermeval Barbosa Moreira e do Suspiro — viraram ponto de encontro e até dormitório.
A falta de um abrigo para prestar assistência e reencaminhar à sociedade essa população de rua é apontada como a principal causa para o aumento do problema em Nova Friburgo. Algumas queixas enviadas para a redação de A VOZ DA SERRA destacam a necessidade de implantação de um local para acolher temporariamente quem vive nas ruas. Muitos leitores acham que a ausência do serviço está contribuindo para que seja cada vez mais comum encontrar pessoas deitadas nas calçadas e bancos das praças.
Segundo alguns leitores, o problema já foi denunciado aos órgãos competentes mas acabou se incorporando à paisagem urbana friburguense. “Já mandei até fotos para a Assistência Social mostrando a desordem que está na Praça Dermeval, mas de nada adiantou. No domingo passado, 30 de agosto, alguns estavam totalmente alcoolizados, lavando roupas e fazendo uma baderna geral no local”, afirmou uma leitora que preferiu não se identificar.
Segundo nota da Prefeitura, não há projeto para construção de abrigo no município
A redação do jornal entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura solicitando uma nota de esclarecimento sobre a ausência de um abrigo no município para os moradores de rua. Também perguntamos se há algum projeto nesse sentido e recebemos a resposta abaixo:
“Nova Friburgo não possui abrigo para população em situação de rua e nem projeto para sua construção. No entanto, disponibiliza 510 vagas para tratamento de envolvidos no uso abusivo de álcool e outras drogas em comunidade terapêuticas conveniadas com o governo do estado, em municípios vizinhos ou próximos. As vagas são consideradas suficientes para atender as 50 pessoas em situação de rua que a cidade tem em média, sendo 40 locais e dez flutuantes.
Contudo, a internação não pode ser compulsória, precisando contar com a vontade de cada cidadão. Com relação à população flutuante que não deseja receber qualquer tipo de tratamento, a SMASDHT realiza o recambiamento técnico dos indivíduos para os seus municípios de origem. Isto se dá através de contato com o Creas (Centro de Referência em Assistência Social) da cidade natal para garantir o acompanhamento e a proteção social do cidadão em deslocamento.
Há, também, um convênio firmado com o Lar Abrigo Amor a Jesus (Laje) para amparar idosos em situação de rua, quando, conforme mencionado, eles desejam sair das ruas. Além disso, ainda existem cursos disponíveis para a capacitação e inserção no mercado de trabalho através do Sistema S, para aqueles que desejam se (re)inserir no mercado de trabalho formal, seja após a reabilitação da internação ou através do acompanhamento realizado pelo Creas que, por sua vez, tem o papel de localizar a família e trabalhar para fortalecer os vínculos rompidos, muitas vezes conseguindo reinseri-los no próprio núcleo familiar.
Além de todas as ações mencionadas, regularmente acontecem intervenções conjuntas entre as secretarias participantes do Protocolo Intersetorial de Atendimento — Assistência Social, Direitos Humanos e Trabalho; Políticas sobre Álcool e Drogas; Saúde e Ordem e Mobilidade Urbana — bem como reuniões de avaliação destas ações e planejamento de tantas outras, inclusive, em parceria com a Polícia Militar, quando detectada a presença de elementos violentos que portem armas brancas ou de fogo.
É imprescindível que a população de Nova Friburgo compreenda que as pessoas em situação de rua, muitas vezes, permanecem nesta situação porque encontram formas de manutenção através da esmola farta e assim, preterindo a família, tratamento e a inserção no mercado de trabalho devido às 'facilidades' encontradas na rua.”
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