Quarenta eucaliptos da Praça Getúlio Vargas, ali desde o século XIX, foram considerados uma ameaça para quem frequenta o espaço e para os motoristas que circulam pelo seu entorno, principalmente em dias de chuva forte ou vento. Após o corte de 25 destas árvores, quem passou pela praça nesses últimos dias ficou, no mínimo, espantado com o resultado da segunda fase da operação de corte e poda promovida pela Prefeitura, que começou no último dia 17.
Restando ainda 15 eucaliptos para serem cortados, a antigamente conhecida como Catedral dos Eucaliptos hoje é uma praça com um aspecto desolador para quem estava acostumado com a vista de imponentes eucaliptos centenários em pleno centro urbano. O clarão que começa no coreto e se estende até o chafariz chocou parte da população e tem mobilizado friburguenses amantes do meio ambiente. A jornalista Scheila Santiago é uma das participantes do movimento denominado "Abraço as Árvores da Praça Getúlio Vargas”, que foi organizado através das redes sociais e tem reunido vários friburguenses que questionam a operação que está sendo realizada pelo governo municipal.
"Algumas árvores são centenárias e estão podres sim, mas outras não estão e mesmo assim são cortadas. Podar e cortar uma árvore são coisas completamente diferentes. Num assunto tão polêmico e sério como esse, como a Prefeitura pode começar uma operação baseada apenas no estudo de uma universidade? Estamos falando de uma praça tombada, que faz parte da história do município. Nenhum de nós é contra a ação, mas é preciso ter embasamentos técnicos plausíveis para que isso aconteça. Queremos saber quais foram os critérios utilizados”, questiona Scheila, que ainda levanta outra queixa do grupo: "O assunto envolve muitas pessoas, então, por que não realizar uma audiência pública para que todos cheguem a uma solução? Estamos num país onde a democracia tem que imperar ainda mais quando se trata de um problema que existe há anos e afeta toda a população. Sem contar que, para cortar uma árvore, é preciso plantar outra no lugar, fazer um planejamento. Esperamos que esse replantio aconteça, mas quanto tempo vai demorar? Com a verba de quem será realizado?”.
A mobilização "Abraço as Árvores da Praça Getúlio Vargas” começou nesta segunda-feira, 26, e continuará até a próxima sexta-feira, 30, sempre às 18h, na praça. No sábado, 31, os manifestantes vão se reunir às 6h também na Praça Getúlio Vargas pra cobrar explicações das autoridades e tentar impedir o corte de mais eucaliptos.
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