José Duarte
Durante toda a quinta-feira, os católicos do município demonstraram sua fé num Deus que acolhe e salva, quando mais de 30 mil pessoas, ávidas por uma palavra de amor, se comprimiram para a missa no pátio da Paróquia São Bento Abade e na procissão de Corpus Christi.
Um verdadeiro mar de pessoas unidas para um evento que bateu o recorde de todos os tempos. Uma multidão jamais vista atendeu os pedidos feitos pela manhã e saiu às ruas para louvar aquele que na cruz se sacrificou e nos salvou. Um momento emocionante de fé e caridade cumpriu rigorosamente o tema escolhido deste ano: “A fé sem caridade não dá fruto”. A solenidade de Corpus Christi de 2012 marcou de forma indelével a imagem e pensamento da comunidade católica de Nova Friburgo.
A previsão de chuva, do início da tarde, preocupava as autoridades eclesiásticas da cidade em relação ao número de fiéis. Mas tal preocupação foi dissipada com a resposta do povo que superlotou não só a missa, como todo o centro da cidade e acompanhou fervorosamente a procissão. Durante a terceira e última bênção, na Praça Dermeval Moreira, Dom Edney disse: “Esta bênção é para toda a diocese. Havia previsão de chuva e eu pedi muito a Cristo, durante a missa, e as nuvens se espalharam suavemente, como uma bênção, pois este povo não poderia mais ser castigado. Mas repito aqui o que disse na segunda bênção, na Prefeitura de Nova Friburgo. Aproveito a presença de Jesus Sacramentado para pedir que nossas autoridades se preocupem com o bem-estar do povo”, acrescentou o prelado.
Foi grande a dificuldade para entrar na Catedral São João Batista após a bênção final na Praça Dermeval Moreira. No Terminal Rodoviário César Guinle as filas eram enormes e ultrapassavam o parquinho da Praça Getúlio Vargas. Enfim, este Corpus Christi vai ficar na história. A fé de uma cidade inteira se fez presente, acompanhando o evento que oferece renovação de vida, comunhão e renascimento.
E além do fervor do povo, deve ser ressaltado ainda o espírito de união das mais de duas mil pessoas que desde as primeiras horas da manhã se revezaram na construção dos tapetes: o trabalho incansável de Serginho e toda equipe da Lokasom, que a cada ano aperfeiçoa mais e mais o sistema de som ambiente, que encantou a todos; o cuidado do casal Bento e Sandra na coordenação estrutural do evento; a equipe da Caminhada de Emaús que começou na noite anterior e adentrou a madrugada, fazendo a marcação da avenida; a dedicação de todos durante a pré-produção do evento nas reuniões preparatórias na Paróquia Nossa Senhora das Graças; e o carinho do Padre Gelcimar (Vigário Episcopal).
A homilia de D. Edney
Nas palavras da homilia da missa, a preocupação do Bispo D. Edney, que é Pastor e Pai. O desejo de ver uma cidade mais humana e uma população feliz. D. Edney, que a cada dia procura retribuir seu carinho e amor pelos cristãos, conclamou todos a se unir em aliança com Deus.
“Acabamos de ouvir a narrativa de duas alianças: a primeira, em Moisés; a segunda, nosso compromisso definitivo em Jesus.
“Nós sabemos que o homem não foi capaz de cumprir os termos da aliança, embora tenha manifestado um desejo firme de fazer. Ouvimos na primeira leitura o povo dizer “faremos tudo o que o senhor quiser”, mas a história da salvação mostra o quão numerosas foram as pedras, as infidelidades, os pecados desse povo. O interessante é que Deus permanece sempre fiel, a infidelidade é nossa, a prevaricação é nossa.
“Deus é fiel e jamais se contradiz. O seu amor por nós chegou ao limite máximo quando enviou seu filho nascido na carne humana, nascido de uma mulher, encarnou, se fez um de nós, entre nós caminhou, e já quando estava para retornar ao Pai, instituiu um novo mandamento, o sacramento, e selou definitivamente a aliança de Deus com a humanidade livre.
“É muito importante que se diga isso. A humanidade está indissoluvelmente unida e foi cumprido o pacto da aliança na humanidade de Jesus. Cabe a cada um de nós nele viver intensamente esta aliança, sabendo que temos no Cristo um grande advogado, um grande intercessor, que enviou o seu espírito para caminhar conosco. E nós vivermos o tempo da igreja, do espírito, por meio do qual Jesus permanece entre nós.
“É pela invocação do Espírito Santo que a Eucaristia é confeccionada em todos os altares da terra. Nós vos pedimos, enviai o vosso Espírito Santo a fim de que as nossas ofertas se mudem no corpo e no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. E hoje o motivo da nossa presença aqui é justamente esse: manifestar, professar publicamente a fé nas palavras do Senhor, porque pelas palavras, pela repetição do memorial de Jesus, ele se faz presente no meio de nós. No Evangelho, quando terminou de consagrar o cálice, Jesus disse aos seus discípulos: ‘Em verdade, em verdade vos digo, não beberei mais o fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo do Reino de Deus, até lá, façam isso em memória de mim’. Esse gesto de Cristo é reproduzido milhões e milhões de vezes em todos os altares da terra, em todos os grandes momentos da história. Uma história de 21 séculos de cristianismo. A igreja através dos sacerdotes, dos bispos, atualiza o sacrifício redentor de Jesus, trazendo-o sacramentalmente a nós e com isso se concretiza o grande plano de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eu já repeti isso muitas vezes e vou repetir quantas vezes forem necessárias: Jesus não quis apenas estar no meio de nós. Jesus nos transforma em pedras vivas no grande exercício espiritual da igreja.”
A preocupação do bispo
As duas paradas para a bênção: no Palácio Barão de Nova Friburgo e na Praça Dermeval Moreira, a repetição do que já vem acontecendo há alguns meses, quando D. Edney alerta as autoridades constituídas sobre o dever de quem foi eleito pelo voto direto, em zelar, guardar, proteger, trabalhar, e, acima de tudo, proporcionar dias melhores ao povo: “Esta bênção é para a cidade, o povo, os governantes, e aproveito a presença de Jesus Sacramentado para pedir que se preocupem como bem-estar do povo de Nova Friburgo”, reiterou Dom Edney.
Mais um dos muitos alertas que o chefe da Diocese vem fazendo repetidamente desde a missa no Santuário Basílica, em Aparecida. No ano passado, logo após a tragédia, durante a romaria diocesana, ele disse: “Temos que nos preocupar com o povo, chega de luto, temos que trabalhar, reconstruir a cidade, mas reconstruir também a nossa fé em Jesus Cristo”, destacou Dom Edney naquela oportunidade.
Agradecimentos
A coordenação agradece a:
Prefeitura de Nova Friburgo; Livraria Agnus Dei; Gazoni Móveis; Stam Metalúrgica; radialista Landri Schettini; EBMA; Petiskus Comida a Kilo; Tio Dongo Supermercado; SAF Assistencial; SAF Plus; Intervídeo; GS–Plano Global de Saúde; e jornal A VOZ DA SERRA.
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