Com a falta de chuvas no estado do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros registrou, apenas neste mês, 1.924 acionamentos para combate aos focos de incêndio em matas. Até o dia 19, as áreas mais atingidas por incêndios florestais foram a capital, o sul do estado e a Região Metropolitana, com 700, 316 e 210 acionamentos respectivamente. A Região Serrana somou do dia 1º ao dia 19 deste mês, 185 queimadas.
“Esses quantitativos somados representam 63% das ocorrências registradas no estado do Rio de Janeiro”, afirmou o diretor do Centro Estadual de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), tenente-coronel Gil Kempers. Além dos militares, equipamentos, viaturas e aeronaves empenhadas nas operações, a corporação ganhou um reforço de peso para atuação nas queimadas em período de estiagem. Confeccionado pela Defesa Civil estadual, por meio do Cemaden, o Mapa Dinâmico de Incêndios Florestais vem sendo usado para ampliar o planejamento de equipes e otimizar recursos durante as ocorrências.
De acordo com Kempers, a ferramenta, lançada no início de agosto, tem por objetivo ampliar o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil com análises pontuais de riscos de fogo em vegetação por localidade. Os dados que mostram os percentuais de risco de focos de incêndio e de incidência de chuva e ventos em determinada região são atualizados diariamente, tornando as informações sobre todo o estado mais acessíveis.
O mapa foi criado com base no cruzamento de informações técnicas. Os dados meteorológicos que já eram levantados pelo Cemaden — como, por exemplo, a umidade relativa do ar, a velocidade do vento e os dados sobre as chuvas obtidos com pluviômetros — serão cruzados diariamente com as ocorrências de incêndio florestal registradas no Sistema Sisgraph do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COCB).
Para o superintendente operacional da Defesa Civil do estado, coronel Marcelo Hess, além de orientar o planejamento das equipes, o documento permite a otimização de recursos da corporação. “Por ser dinâmico, o mapa possibilita o diagnóstico diário das áreas de maior risco, por meio da observação de dados meteorológicos e das ocorrências registradas em um período de 24 horas. A consequência do trabalho será uma atuação mais eficaz por parte do Corpo de Bombeiros”, acredita Hess. O Mapa Dinâmico de Incêndios Florestais está disponível no site do Cemaden (http://cemadenrj.defesacivil.rj.gov.br/).
ACUMULADOS (até dia 19): Capital: 700 ocorrências (36%), Região Sul: 316 ocorrências (16%), Região Metropolitana: 210 ocorrências (11%), Baixada Fluminense: 206 ocorrências (11%), Região Serrana: 185 (10%), Baixada Litorânea: 117 ocorrências (6%), Região Norte: 99 ocorrências (5%) e Costa Verde: 91 ocorrências (5%).
ACIDENTES E PRESERVAÇÃO - Os focos de incêndio em vegetação são mais comuns quando há conjunção de fatores como altas temperaturas, baixa precipitação e baixa umidade do ar. Embora muitas vezes não seja possível evitar este tipo de ocorrência, a corporação recomenda: não acender fogueiras, não queimar lixo no quintal, não soltar balões, não jogar pontas de cigarro em qualquer ambiente, principalmente, nas estradas próximas à vegetação; e não jogar garrafas de vidro em áreas florestais e em beira de estrada. Elas funcionam como lente de aumento para os raios solares, gerando calor.
CONSEQUÊNCIAS - Alterações do equilíbrio natural em área de florestas em virtude da queimada de espécies vegetais e da evasão e até morte de animais, empobrecimento do solo e destruição de bens.
O QUE FAZER - Quem provoca incêndio está sujeito a pagar multas altas ou até mesmo ser preso, dependendo das consequências dos seus atos. Por isso é dever de todos a conscientização. É ideal que a população ajude a denunciar este crime através dos telefones da Policia Militar (190). Não há recompensas, mas o que vale é a colaboração de cada cidadão para a preservação do meio ambiente.
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