Leonardo Lima
Próximo ao Centro, o Cordoeira se destaca como um bairro querido por seus moradores. Repleto de pontos comerciais, como bares, padarias e mercearias, o local, segundo a comunidade, vem deixando para trás a fama de violento. “O policiamento aqui tem sido intenso, tanto ao longo do dia quanto na parte da noite. Dificilmente vemos nos jornais registro de assassinatos e tiroteios. Eu moro aqui há alguns anos e nunca vi ninguém armado na rua”, afirma um morador, que prefere não se identificar. “Também não temos o que nos queixar de questões como iluminação pública e fornecimento de água e luz”, completa.
Um dos principais problemas da localidade é o alto índice de construções irregulares. “Infelizmente muitas pessoas preferem fazer os chamados puxadinhos, que, além de ocupar espaços ilegais, ainda deixam uma imagem ruim no bairro. Na Rua Fernando Ennes, por exemplo, há um espaço que a princípio seria destinado à construção de um parque para as crianças brincarem e hoje o que vemos é um amontoado de garagens e barracos de madeira. Não há nenhuma fiscalização”, queixa-se um morador.
Outro fator que vem gerando reclamações é o grande acúmulo de lixo espalhado pelas ruas. “Em muitos lugares, as lixeiras disponíveis não são suficientes. Acredito que a coleta deveria ser feita mais vezes durante a semana. É assustadora a quantidade de ratazanas espalhadas pelo bairro”, diz o morador.
Já o posto de saúde vem recebendo elogios e apoio por parte da comunidade. Nele são oferecidas atualmente as especialidades de pediatria, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, dermatologia, ginecologia, ortopedia, clínica geral e odontologia. “Realizamos uma média de 2.400 atendimentos por mês. Graças à ajuda dos moradores estamos aos poucos reformando nossas instalações”, revela a responsável Maria José Ferreira Abreu.
Segundo ela, a marcação das consultas é realizada semanalmente, o que faz com que os pacientes não tenham que aguardar muito tempo para serem atendidos. Além disso, em breve terá início um programa voltado às pessoas que desejam parar de fumar. “A iniciativa será aberta não só a moradores do Cordoeira, mas a todos que se interessarem. Formaremos grupos de dez pessoas, que serão acompanhadas por uma equipe de profissionais. Quem desejar participar já pode se inscrever aqui no posto”, esclarece Maria José.
Outra iniciativa aberta à comunidade funciona na Vila Dom Bosco. No local, um advogado presta assistência jurídica todos os sábados. “O dr. Guilherme de Barros atende gratuitamente às pessoas que necessitam de algum auxílio nesta área, como em relação às questões trabalhistas”, diz o presidente da associação de moradores da vila, Jorge Nicrotão, que ocupa o cargo desde 2006.
Fundada há 25 anos pelo atual prefeito Heródoto Bento de Mello, a Vila Dom Bosco abriga hoje cerca de 384 moradias. “É um lugar simples, mas gosto muito de morar aqui, tanto que estou desde o início. Com o apoio da comunidade, vamos resolvendo os empecilhos que aparecem”, diz Jorge.
No entanto, nem todos os problemas podem ser resolvidos sem a presença das autoridades. “Atrás da Vila existem árvores muitos grandes, que estão se curvando tanto, a ponto de diversos galhos já tocarem o telhado dos apartamentos. A Defesa Civil esteve aqui e garantiu que tomaria providências, porém estamos aguardando até agora. Temos muito medo que aconteça algum acidente, principalmente nessa época de ventos fortes. O mesmo acontece em relação a um muro, que está completamente rachado. Há muitas crianças aqui e isso nos preocupa”, alerta o presidente.
Em relação à linha de ônibus ele explica que o que vem gerando reclamações é um fator pouco comum. “O que questionamos não é a quantidade e o horário dos veículos em si, mas a grande distância entre um ponto e outro. Entretanto, já temos uma reunião agendada com a Faol para tratarmos do assunto”, ressalta Jorge.
Comerciante, ele logo se entusiasma ao ser perguntado sobre o bloco de embalo do bairro, o Unidos do Papudinho. “Fui o presidente fundador do bloco, em 1993, e em apenas quatro anos já éramos tricampeões”, orgulha-se.
Outras fontes de lazer do Cordoeira são a quadra municipal e o Saudade Esporte Clube, que abriga o Estádio Napoleão Barbosa. Numa rápida passagem pelo local, chama a atenção o grande número de crianças que se divertem jogando bola e soltando pipa. “Opção aqui é o que não falta”, garante Jorge Nicrotão.
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