Conta de luz aumenta de novo em Nova Friburgo

Mais 14%: Aneel autorizou novo reajuste de energia elétrica para residências e indústrias da cidade
quarta-feira, 17 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Energia já havia subido em março com revisão extra (Reprodução)
Energia já havia subido em março com revisão extra (Reprodução)

A conta de energia elétrica pesará ainda mais no bolso dos moradores de Nova Friburgo a partir deste mês. Isso vai acontecer porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 16, o reajuste médio de 14,07% que será aplicado a partir desta quinta-feira, 18, nas tarifas da Energisa. Para o cliente residencial, o aumento será de 13,47%. Os clientes de alta e média tensão, como as indústrias, por exemplo, terão um aumento médio de 16,33%. 

“Esse é um reajuste normal previsto no contrato de concessão do serviço à Energisa Nova Friburgo. O reajuste irá atualizar parte dos custos da empresa que não foram contemplados na Revisão Tarifária Extraordinária (RTE), aplicada no início de março a todas as concessionárias de energia do país”, disse o Diretor Técnico e Comercial da Energisa, José Adriano Mendes Silva. No índice autorizado pela Aneel nesta terça-feira, a Energisa Minas Gerais, por exemplo, teve um aumento de apenas 3,06%, porque na revisão de março a empresa teve um aumento maior.

O reajuste tarifário anual das distribuidoras de energia elétrica é calculado com base na variação de gastos que a empresa teve no ano. O cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), e outros como energia comprada, encargos de transmissão e setoriais. A Aneel vem autorizando reajustes altos neste ano devido ao encarecimento da energia no país nos últimos meses, provocado pela queda no nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país e o uso mais intenso de termelétricas (usinas que geram eletricidade pela queima de combustíveis como óleo e gás).

O ajuste fiscal feito pelo governo federal com o objetivo de reequilibrar as contas públicas também contribui para os aumentos mais fortes nas contas de luz em 2015. O governo decidiu repassar aos consumidores todos os custos com os programas e ações no setor elétrico, entre eles o subsídio à conta de luz de famílias de baixa renda e o pagamento de indenizações a empresas. Em anos anteriores, o Tesouro Nacional assumiu parte dessa fatura, o que contribuiu para aliviar as altas nas tarifas.

Fábio Lage, de 28 anos, mora em um apartamento no distrito de Conselheiro Paulino e não ficou nada satisfeito com a notícia. “No ano passado, eu pagava uma média de R$ 80 por mês. A última conta que recebi veio cerca de R$ 130. Esse mês veio R$ 156. Mês que vem virá mais caro?, disse o jovem, indignado.

Bandeira vermelha

Desde o início do ano, passou a vigorar no país o sistema de bandeiras tarifárias que conta com as cores verde, amarela e vermelha para indicar se a energia elétrica custará mais ou menos em função das condições de geração do setor. A bandeira verde indica condições favoráveis e a tarifa não sofre nenhum acréscimo. A bandeira amarela sinaliza para condições de geração menos favoráveis e, com isso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos. Já a bandeira vermelha alerta que as condições para geração de energia serão mais custosas. A tarifa sofre acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos. Há seis meses a bandeira vermelha está em vigor no país, com exceção dos estados do Amazonas, Amapá e Roraima. 

Apesar da situação crítica em que vivem o setor, o diretor da Energisa está otimista. “É muito difícil fazer uma previsão, mas todos nós estamos apostando que o próximo período chuvoso será mais favorável. Nós estamos acompanhando a evolução do mercado. Existe uma perspectiva positiva de uma racionalização do uso da energia elétrica por parte dos consumidores, e a gente deve ver os resultados disso nos próximos meses. Mas atitudes simples devem fazer parte do cotidiano dos consumidores, como a compra de eletrodomésticos com o selo Procel, o tempo que a gente passa debaixo do chuveiro. A gente precisa aprender a otimizar a maneira como passamos as roupas, usamos a máquina de lavar. E precisamos aprender a utilizar também a luz natural”, opinou José Adriano.

Investimentos em Friburgo

Em contrapartida ao aumento das tarifas de energia, o diretor comentou na entrevista que a Energisa está fazendo um investimento vultoso — em torno de R$ 15 milhões — em Nova Friburgo. “Nós estamos construindo uma nova linha de distribuição de energia que vai ligar a subestação de Julius Arp à subestação de Conselheiro Paulino. Isso vai aumentar muito a confiabilidade da distribuição de energia elétrica dentro de Friburgo. Desde as adversidades que ocorreram aqui em 2011 que esse projeto já estava em nosso plano de investimentos. Qualquer trecho de linha de energia que desligue neste circuito, outra linha suprirá a demanda por energia elétrica”, explicou José Adriano. 

A Energisa também está duplicando a capacidade de distribuição de energia da subestação de Tadeu Aor, na Avenida Euterpe Friburguense, no Centro. “Essa subestação é muito bem localizada e essa duplicação atenderá as demandas de crescimento no seu entorno e também da região de Olaria, que é um bairro populoso e nós queremos dar confiabilidade ao sistema”, encerrou.

Foto da galeria
Apesar do aumento da tarifa, o diretor da Energisa, José Adriano Mendes Silva, acredita que a situação do setor melhorará, especialmente para o consumidor (Amanda Tinoco/A Voz da Serra)
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