Na última quinta-feira, 4, o presidente do Lar Abrigo de Amor a Jesus (Laje), Rogério Silva, postou um desabafo em rede social, lamentando o rompimento de um acordo, firmado em 1929, entre a instituição e a Prefeitura de Nova Friburgo. O acordo garantia, desde aquela ocasião, o pagamento das contas de água do Laje pelo governo municipal.
De acordo com o presidente do Laje, em 2017, no entanto, nenhum pagamento por parte da prefeitura foi feito. “Nós soubemos desse débito em maio, quando a concessionária responsável pelo fornecimento de água nos avisou. Fomos à prefeitura, conversamos com os responsáveis e eles nos garantiram que o problema seria resolvido. Foi informado à concessionária Águas de Nova Friburgo que a responsabilidade do pagamento era mesmo da prefeitura, mas o débito até hoje não foi quitado”, afirmou.
Até maio do ano passado, as faturas em débito já somavam um valor de pouco mais de R$ 20 mil, e hoje Rogério calcula que o débito total esteja em torno de R$ 60 mil. “Existe uma ideia de que a prefeitura faz um favor para nós, mas não é verdade. A justificativa para a suspensão do pagamento das contas de água é que nós estamos caminhando muito bem e não precisamos disso. Aqui existe um planejamento sério, temos reuniões frequentes para cumprimento de metas. Cuidamos de muitos idosos aqui no Laje. Cada um tem custo em torno de R$ 3,6 mil por mês. Quando precisamos usar o Hospital Raul Sertã, temos gastos com acompanhantes, entre outros”.
Ainda segundo Rogério, o Laje tinha uma médica da Secretaria municipal de Saúde que prestava serviços à instituição. No início do ano passado, essa profissional foi dispensada e até hoje não houve substituição. “A prefeitura também cancelou um contrato que garantia o repasse de verba para ajudar no abrigamento de pessoas idosas, em situação de risco. Fui informado pela Secretaria de Assistência Social que esse dinheiro não será mais pago. Mesmo assim, os moradores, já abrigados, continuarão na instituição”, garante o presidente da instituição, que admite pensar na possibilidade de romper as parcerias com o poder público. “Quem sabe abrir um poço artesiano para conseguir água”, cogitou.
O que diz a prefeitura?
A respeito das queixas do presidente do Laje, a Prefeitura de Nova Friburgo esclarece que as contas de água do ano de 2016 ficaram com pagamento em aberto pela gestão anterior e foram quitadas em 2017 pela atual administração, e por isso houve o atraso no pagamento das contas de 2017, que será feito ainda este mês.
Em relação à médica, a prefeitura informou que não houve demissão, e sim um remanejamento da profissional para uma unidade de saúde pública. Posteriormente, a médica foi contratada pelo Laje. Sobre a verba destinada pela prefeitura à instituição para o abrigamento de pessoas idosas em situação de rua, através de um convênio com a Secretaria municipal de Assistência Social, o mesmo foi suspenso temporariamente por se tratar de um repasse feito pelo governo federal que não está mais sendo enviado ao município, inviabilizando assim a renovação do contrato.
Quanto às subvenções, o município informou que as duas últimas foram pagas, em atraso, no último dia 22 de dezembro. O acúmulo de dois pagamentos se deu porque houve uma demora da direção da instituição para apresentar a prestação de contas.
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