Se os seres humanos valorizassem os amigos que têm... Amigos são preciosos, não são para se jogar fora nem deixá-los a um canto esquecidos.
O verdadeiro amigo não pode ser confundido com uma pessoa qualquer. É aquele que desculpa os nossos erros, que está próximo nos momentos mais difíceis de nossas vidas, que compreende, embora não aceite, o nosso modo de agir, de pensar, de resolver os nossos problemas.
Quantas vezes por uma incompreensão de nossa parte perdemos uma boa amizade? Não basta que o amigo nos aceite como somos, é preciso que nós também os aceitemos como eles são. Para termos um bom amigo, é preciso que nós também sejamos bons amigos. Quando a amizade é unilateral, as pessoas, por muito boas que sejam, precisam de um tempo para assimilar, para aceitar algumas atitudes que tomamos.
Há pessoas que ficam na fase do “venha a nós” e se esquecem da outra parte, como se tudo fosse dirigido, exigido apenas por urna das partes. Ofendem-se com qualquer atitude tomada pelos amigos e não percebem que foram os culpados pelas atitudes tomadas.
As pessoas, se pensassem menos no “venha a nós”, estariam dando oportunidade de as pessoas serem elas mesmas. Não adianta exigir sem nada dar em troca. A vida em si é uma troca contínua. E, na maioria das vezes, quem mais dá, sem esperar receber nada em troca, é a pessoa que recebe muito mais, pois, quando se dá algo esperando a retribuição, já se está recebendo o troco.
Uma boa amizade, muitas vezes, é quem nos faz companhia, muito mais que os familiares, que estão sempre envolvidos com os seus próprios problemas, e a quem o idoso não quer aborrecer com seus problemas pessoais, que todos consideram insignificantes. Às vezes são problemas pequenos, mas que torturam os idosos e muitas vezes podem levá-Ios à depressão.
Importante é também conseguir enxergar os problemas que afetam os nossos amigos e, sempre que possível, ajudá-Ios a resolver, seria bom para ambos.
Muitas vezes nos afastamos dos amigos por coisas insignificantes e o arrependimento às vezes vem tarde, quando mais nada podemos fazer para haver uma reconciliação.
(*) Médica Geriatra e escritora
colaboradora de jornais e revistas.
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