Promover a conservação dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do Rio Macaé é o principal objetivo do Programa "Águas para o Futuro”, uma iniciativa multidisciplinar de educação ambiental desenvolvida em Nova Friburgo, desde 2013, no distrito de São Pedro da Serra. Com a participação continuada de professores e estudantes, o programa realiza o monitoramento dos mananciais da microbacia do Rio São Pedro, produzindo informações sobre a realidade socioambiental do lugar.
As atividades são desenvolvidas através de parceria entre o Colégio Estadual José Martins da Costa, a Associação de Apoio à Escola, a empresa Adnet Florestal, o Consórcio Intermunicipal Lagos – São João e o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Macaé e das Ostras, presidido atualmente pela Emater-Rio. Com auxílio de três espaços pedagógicos (os laboratórios de águas, de geotecnologias e de linguagens), são avaliados aspectos como a qualidade dos recursos hídricos, as características da flora e da fauna, os monumentos geológicos, os tipos de uso dos solos predominantes, entre outros.
Os engenheiros florestais Pedro Adnet Moura e Tom Adnet estudaram no colégio e hoje são coordenadores do programa. Segundo eles, a ideia tem influência direta dos primeiros trabalhos de educação ambiental desenvolvidos pelo colégio, a partir da década de 80. Para sensibilizar os estudantes e a comunidade, são utilizadas diversas ferramentas pedagógicas como palestras, oficinas, atividades ao ar livre, visitas, trabalhos de educomunicação, além de algumas práticas laboratoriais.
Atualmente são feitas coletas de água em 13 pontos de monitoramento no Rio São Pedro, para análise de 14 parâmetros de qualidade (microbiológicos e físico-químicos). "O programa colabora na construção de instrumentos que facilitam a atuação dos moradores na elaboração de políticas públicas participativas. Ou seja, a ideia é que as informações produzidas auxiliem o cidadão no processo de tomada de decisão na gestão ambiental, promovendo a sensibilização rumo ao desenvolvimento sustentável”, explicou Pedro.
O diretor Ricardo Esteves Monteiro acredita que ações promotoras de educação ambiental são fundamentais no trabalho pedagógico de uma unidade de ensino, na medida em que democratizam o conhecimento sobre a natureza. "Essa abordagem abre oportunidades para problematizações mais concretas e práticas dos conteúdos e, principalmente, de valores morais e políticos relacionados, principalmente, ao território físico, espacial, histórico, cultural e natural no qual está inserida a comunidade escolar”, analisou o biólogo.
Financiado com recursos da cobrança do uso da água, o Projeto Águas do Futuro tem apoio institucional da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Indeb), além de vários outros parceiros públicos, privados e do terceiro setor.
Alunos preparando caldo para análises de amostras de água no laboratório
Através de atividades de campo, alunos aprendem mais sobre agrobiodiversidade
Informações produzidas colaboram também com o fortalecimento do turismo e com melhorias de saneamento
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