Conseg reconhece o esforço do 11º BPM no combate à criminalidade

terça-feira, 12 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Recentes dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam Nova Friburgo como uma cidade mais segura. Seguindo a tradição desde 2006, quando de sua fundação, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Nova Friburgo divulga as estatísticas da criminalidade, este ano comemorando a redução dos índices.

Um dos objetivos do Conselho Comunitário é atuar como interlocutor entre a comunidade e as forças de segurança. Em 2006 o município tinha índices próximos aos das grandes capitais, tradicionalmente mais violentas que as cidades do interior. Naquele momento a sociedade juntou esforços e criou o Conselho Comunitário de Segurança e, a partir daí, inúmeras solicitações foram levadas às autoridades, o que certamente contribuiu para elevar o nível de importância do tema segurança. Hoje, cinco anos depois, segundo o Conseg, a cidade está virando o jogo. “Os números da segurança estão a favor, o efetivo policial foi incrementado, unidades de segurança estão prestes a serem instaladas no município, a mídia local se engajou nas campanhas e todos juntos estamos colhendo os frutos de uma cidade mais próxima da paz e da ordem social”, diz Rodrigo Guimarães, aclamado para mais um mandado à frente do Conseg.

Nesta terça-feira, 12, os membros do Conselho Comunitário de Segurança se reúnem, às 19h, na sede da Associação Comercial, juntamente com o comandante do 11º BPM, tenente-coronel Freiman, para apresentar às entidades e comunidade seus principais feitos. A reunião é aberta a toda comunidade.

Nesta entrevista, Rodrigo Guimarães fala do voluntariado e da esperança de que o Conselho possa prosseguir para brindar as boas ações em prol da segurança de Nova Friburgo.

NOVA FRIBURGO VIROU O JOGO?

R. G.: Ainda há muito o que caminhar, mas os índices da criminalidade caíram muito. No entanto, precisamos evoluir para uma cidade preventiva, onde os órgãos trabalhem em conjunto pela valorização da vida, da família e do trabalho. Os índices caíram e a atuação das polícias tem sido fundamental para acabar com aquele clima de terra sem lei. Mas as ocorrências policiais são a ponta do iceberg de um conjunto de falhas na gestão pública.

A QUEM ATRIBUI ESSA VITÓRIA NA QUEDA DOS ÍNDICES?

R. G.: O grande mérito, embora não seja o único, deve ser dado aos policiais civis e militares da nossa região. Graças à política de indicadores e metas aplicada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado, nossos policiais têm tido a oportunidade de aferir sua produtividade e, a partir dessa observação, têm conseguido trabalhar juntos para atingir metas de redução.

E, AGORA, O QUE FAZER? HÁ ALGO AINDA PARA SER FEITO?

R. G.: O futuro próximo parece que finalmente vai ser de inaugurações de estruturas que esperamos muito, como a Delegacia Legal e a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, que parecem estar quase prontas. Também foram retomadas as obras do Centro de Polícia Técnica, tão importante para a eficiência do trabalho da polícia e para maior respeito ao cidadão. Mas, em se tratando de governos, precisamos ficar vigilantes, para não permitir que interferências impeçam o avanço das obras.

O CONSEG CONTINUARÁ TRABALHANDO UMA VEZ QUE A SEGURANÇA SEJA RETOMADA?

R. G.: O papel do cidadão é de vigilância, e essa tarefa vai sempre ser necessária. As cidades mais seguras não são aquelas que mais prendem criminosos, mas sim aquelas que cuidam melhor do ambiente e do ser humano que nela habita. E isso só se consegue com vigilância permanente do cidadão, para que os valores da cidadania e da paz sejam priorizados pelos governos e transmitidos para as futuras gerações.

QUAL O FOCO DE ATUAÇÃO AINDA PRECISA DA EFETIVA ATENÇÃO DA SOCIEDADE ORGANIZADA?

R. G.: A cidade ainda está longe de ser um lugar em que se cuida das causas da violência. A redução dos índices de criminalidade, apesar de ser um passo importante, não significa que estejamos seguros. A desordem urbana, a falta de condições dignas de habitação e de oportunidades de inclusão de crianças e jovens são fatores que continuam a enfraquecer a nossa cidade, tornando-a um campo fértil para o crime e para a violência.

QUÃO PRÓXIMOS ESTAMOS DE SERMOS CONSIDERADOS UMA CIDADE SEGURA?

R. G.: Infelizmente os governos têm negligenciado no campo da prevenção, por exemplo, abandonando projetos extremamente bem-sucedidos no cuidado com jovens em conflito com a lei, ou deixando de dar o suporte devido a organismos como o Conselho Tutelar e o Centro de Referência da Mulher. Hoje comemoramos os avanços da política de metas das polícias, mas o que nos deixa distantes da segurança que queremos é o descaso com que tratamos a educação e a orientação das famílias e dos jovens.

QUAL O PAPEL DO CIDADÃO NESSA ATIVIDADE DIÁRIA DE DIVIDIR A RESPONSABILIDADE POR UMA CIDADE PACÍFICA?

R. G.: Antes de tudo, cada cidadão acaba contribuindo com seu próprio comportamento, na relação com os familiares e vizinhos, na condição de motorista de veículo ou de pedestre, procurando desempenhar seu papel da maneira mais respeitosa e consciente dos direitos do outro. Além disso, cada cidadão precisa se interessar pelas informações sobre o que está sendo decidido por aí a seu respeito, procurando opinar através de qualquer meio disponível. A partir do momento em que a sociedade aponta para um caminho a ser seguido, os políticos não têm outra alternativa senão caminharem à frente dela, por que, no final das contas, quem fala mais alto é o eleitor.

HOJE O FOCO DA CIDADE É RECONSTRUÇÃO. DÁ PARA PENSAR EM SEGURANÇA TAMBÉM?

R. G.: Que reconstrução pode ser feita sem um ambiente ordeiro e pacífico? A recriação de uma cidade verdadeiramente nova passa necessariamente pelo prestígio à ordem urbana, a elevados padrões de civilidade e principalmente pela valorização do ser humano. Afinal, para que reconstruir uma cidade senão para servir ao ser humano que nela habita? Assim, pensar na reconstrução com o foco na satisfação do ser humano é, na verdade, criar um ambiente seguro e preventivo.

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