Dalva Ventura
Consenso. Esta foi a palavra de ordem na assembleia do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Nova Friburgo, na qual foi apresentada e votada uma proposta única com relação ao controvertido tema da casa de custódia a ser construída no município.
Depois que os presentes se manifestaram, a proposta foi colocada em votação e aprovada por unanimidade, com 22 votos a favor e uma abstenção. “Temos agora uma linha de pensamento a ser sustentada por toda a sociedade de Friburgo”, afirmou Rodrigo Gonçalves Guimarães, que na mesma reunião tomou posse como novo presidente da entidade.
Antes, porém, fez questão de ressaltar que a proposta não representava o posicionamento da diretoria do Conseg, e sim, a essência de todas as opiniões da comunidade. Antes de começar sua apresentação, o advogado ressaltou que o estado construirá a casa de custódia onde quiser, pois tem esta prerrogativa, assegurada pela própria Constituição Federal. Acontece, porém, afirmou, que esta discussão já se arrasta há dez anos e pelo menos até agora não o fez. Portanto, temos condições, disse ele, de firmar uma posição única. No entanto, disse, precisamos agir rápido para sensibilizar as autoridades sobre o que a sociedade friburguense pretende a este respeito.
O estado não vem cumprindo seu compromisso de manter um número adequado de presos nas casas de custódia. Pelo contrário. Estas vêm recebendo um número duas, três vezes maior de detentos. Da mesma forma, presos de outras cidades e não apenas da região acabam sendo mandados para esses presídios. Estes são, aliás, os principais argumentos de quem se bate contra a vinda de uma casa de custódia para Nova Friburgo.
A reunião contou com a presença do deputado Rogério Cabral, do ex-deputado federal Glauber Braga, do vereador Cláudio Damião, do coronel Hudson de Aguiar Miranda (Ordem Urbana), do secretário de Cultura, Roosevelt Concy, do representante do Corpo de Bombeiros, o aspirante a oficial Wagner Andrade, da representante do Ser Mulher, Rita Ramalho, além de integrantes de várias entidades e da sociedade civil.
Foi, com certeza, uma das reuniões mais importantes já realizadas sobre este controvertido tema. Até porque, pode representar de fato a base de um processo de unificação de todas as forças políticas e sociais da cidade. Uma das pessoas que mais vem lutando contra a casa de custódia, o ex-secretário de Turismo Luiz Moraes, presente ao evento, fez questão de mostrar um abaixo-assinado com mais de seis mil assinaturas de pessoas contrárias à construção. Ele ressaltou a mudança de posição do Conseg, que passou a ser mais conciliatória. Mas lembrou que o importante, agora, é buscar o consenso. “Precisamos o quanto antes tirar um documento, para depois ir até o prefeito Heródoto Bento de Mello buscar o seu aval”, afirmou.
Durante a reunião foi citado que o prefeito já teria feito um acerto com o governo do estado (o que foi negado pelo coronel Hudson, que na ocasião representava o poder público municipal) e a construção da casa de custódia tornou-se apenas uma questão de tempo, e de pouco tempo. Daí a importância de toda a população da cidade se unir, e logo: os deputados, a Câmara de Vereadores, o Conseg, as entidades, a população, todos defendendo uma mesma linha e lutando por ela.
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