Amo tua elegância, Árvore da minha terra!
Com teu cheiro de inexaurível clorofila – deliciosa!
Quero-te como se eu fosse a chuva que te lava e te encerra
na límpida redoma da eleita sempre bela e poderosa.
Afago o teu tronco e te sacudo com sentida veemência.
Esfrego no teu, o meu corpo, e te fecundo num suspiro
qual vento que te lambe e te esvoaça com frequência
envolvendo teus cabelos em alucinado e louco giro.
Te admiro, Árvore, minha pobre e verde companheira,
que já se cansou de ser pária, de ser morta e ser ferida,
mas sempre dando sombra, paz e flor a vida inteira,
distribuindo o aroma e a sagração ao ser ungida.
Teus galhos são filtros de luz do sol, tão lindos!
Onde recolhes em teu regaço os esquecidos ninhos.
Teus sumos são unguentos cheirosos de remédios infindos.
És a suprema casa dos tristes e alegres passarinhos.
É assim que te amo, Árvore – e sempre mais te amaria!
Bebendo a água que a chuva te deixa em perfeito estratagema.
Foi através de ti que passei a entender a ecologia,
a terra, o ar, a água, o fogo e todo o ecossistema.
Confesso a ti meu amor envolto em cantos de beleza.
Contigo aprendi a amar as coisas e a vida ardentemente.
És o elo ininterrupto entre mim e a Mãe natureza.
Por isso te amo Árvore, te amo apaixonante!
Gilberto Pereira
São Paulo/1981
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