Confiança da micro e pequena empresa cai 5,2% em março

Segundo o SPCBrasil e a CNDL, metade dos micros e pequenos empresários destacam piora nos negócios
quinta-feira, 06 de abril de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Confiança da micro e pequena empresa cai 5,2% em março

A confiança diminuiu e os empresários registraram piora nos negócios. No entanto, 57% deles veem boas perspectivas no horizonte. O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 49,7 pontos no último mês de março, o que representa uma queda de 5,2% na passagem de fevereiro para março deste ano, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, entretanto, houve uma alta de 15,3%. O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais otimistas ficam os empresários.

Na avaliação dos especialistas das duas entidades citadas, a queda na comparação mensal não reverte o avanço do indicador observado ao longo do último ano, mas mostra que o processo de reestabelecimento da confiança será lento, devendo esbarrar em incertezas que rondam o cenário político e econômico.

“A oscilação negativa da confiança mostra que a tímida melhora do cenário econômico, com a queda da inflação e dos juros, ainda não se reflete no dia a dia do empresário. Medidas como a liberação de recursos do FGTS e as reformas estruturais que estão na pauta podem consolidar a melhora do ânimo dos agentes econômicos e isso é importante porque consumidores e empresários precisam ter boas perspectivas e identificar melhoras mais palpáveis no cotidiano”, avaliou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A maior parte dos empresários, cerca de 50%, considera que a situação do seu negócio piorou nos últimos seis meses, ao passo que apenas 15% avaliam melhora dentro desse intervalo de tempo. Entre os empresários que passam por dificuldades, a maioria (66%) identificou a queda no volume de vendas como a razão da piora. Também foram mencionados o aumento dos preços de insumo, matérias-primas e produtos (17%).

Para 61% dos micro e pequenos empresários o cenário econômico se deteriorou nos últimos seis meses, contra apenas 10% que visualizaram melhora. A principal razão do pessimismo é a percepção da gravidade da crise (30%), seguido das incertezas políticas (26%).

“Apesar das recentes boas notícias, como a aceleração da queda da taxa de juros, a melhora nas projeções do PIB para 2017 e a liberação do FGTS, que poderá aliviar a inadimplência e impactar positivamente no consumo, a pauta política ainda instável requer cuidados para qualquer tipo de avaliação”, ponderou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Ainda assim, outros dados se destacam. Quase a metade (48%) dos micro e pequenos empresários estão, de algum modo, confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando essa análise detém apenas a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 57% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia é de 20% e de 13%, quando levado em conta a situação de seus negócios.

Metodologia

O Indicador e suas aberturas mostram que houve melhora quando os pontos estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.

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