O conhecido “calombo” do km 78 da RJ-116, na altura da Ponte da Saudade, que tantas reclamações tem provocado por parte de motoristas, moradores e comerciantes, recebeu obras da concessionária Rota 116 mais uma vez. Segundo informações da concessionária, os trabalhos, iniciados na manhã de quinta-feira, 3, deveriam durar cinco dias, o trânsito ficaria em meia-pista no sistema siga e pare, com operadores fazendo a orientação dos motoristas e o serviço somente teria sido iniciado após estudo topográfico e geológico do trecho, pois teria sido detectado acúmulo de água no subsolo.
No entanto, os trabalhos que estavam sendo feitos na tarde de quinta-feira no local aparentavam um serviço muito menor que o desenhado. Grande mesmo era o engarrafamento causado. No Centro circulavam ônibus de todas as linhas, mas as que passam pelo referido trecho demoravam e muito. Às 14h40 o ônibus da linha Theodoro de Oliveira fazia o horário das 12h40, ou seja, estava duas horas atrasado.
No local da obra o encarregado Élcio Frazão comentou que foram retirados 25 metros do excesso do asfalto, numa profundidade de quase um metro. A reconstituição estava sendo feita com rachão e bica corrida, para posterior compactação e aplicação de massa asfáltica. Tudo era feito somente na pista do sentido Ponte da Saudade–Centro, por uma equipe de 20 profissionais, entre motoristas, operadores de máquinas, encarregados e serventes.
O trabalho foi iniciado às 7h de quinta-feira e era intenção dos trabalhadores deixar a pista liberada à noite, mas tudo dependia do andamento do serviço. Caso não fosse possível, permaneceria o sistema siga e pare durante a noite toda. Também estava nos planos aprontar todo o serviço até esta sexta-feira, 4, ao contrário do que havia sido divulgado pela concessionária de que duraria cinco dias.
É preciso um serviço definitivo
O comerciante Flávio Figueira, que negocia há dez anos no local, sabia que a obra não era a definitiva. Era apenas um serviço rápido porque as condições do trecho eram realmente críticas. Tanto que os moradores comentaram com ele que na noite anterior ouviram um grande barulho. Era um caminhão de ferragens, que só não tombou por muita sorte. Todos se apavoraram com o barulho. O caos no trânsito também era observado por ele e motoristas irritados protestavam com os trabalhadores. Para ele, só não aconteceu um acidente por causa da fiscalização eletrônica ali existente.
Segundo Flávio, a obra passa longe de ser a definitiva, pois ainda há muito trabalho de drenagem a fazer. Em sua opinião, a solução da pista também passa pela solução do terreno acima do trecho do “calombo”, em constante movimento, como atestam moradores e comerciantes.
Flávio já viu até foto de satélite do local e o problema é muito maior e mais grave do que aparenta. Ele diz que comerciantes do local não sabem mais o que fazer, já que nenhum laudo chegou às suas mãos. E a preocupação aumenta, porque, segundo a Defesa Civil, a área é de grande risco. E complementa: “Já está mais do que na hora de ser feito o serviço definitivo aqui”.
Deixe o seu comentário