Comunidade solicita providências quanto à ocupação do coreto da Praça Getúlio Vargas

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Comunidade solicita providências quanto à ocupação do coreto da Praça Getúlio Vargas
Comunidade solicita providências quanto à ocupação do coreto da Praça Getúlio Vargas

Texto: Flávia Namen / Fotos: Lúcio Cesar Pereira

Problema que vem ocorrendo desde o fim do ano passado, a ocupação do coreto da Praça Getúlio Vargas continua sendo alvo de uma série de queixas da comunidade. A redação de A VOZ DA SERRA tem recebido reclamações de frequentadores e moradores das imediações sobre a desordem que o grupo instalou no local. Vários apelos cobrando uma solução para a questão também estão sendo enviados ao jornal.

Nossa equipe de reportagem esteve no local e constatou a grande insatisfação de quem convive com a triste realidade. "Eles não prejudicam o nosso trabalho, mas costumam importunar as pessoas que estão sentadas nos bancos. Sem falar nas brigas e gritarias que ocorrem com frequência e amedrontam quem passa próximo ao coreto. Já deveria haver na cidade um trabalho para auxiliar na recuperação desses desocupados. Acho que eles estão instalados ali por culpa da própria população que fica com pena e acaba dando dinheiro a eles. Aos sábados, tem até umas senhoras que montam mesa de café da manhã para eles”, afirma José Miguez Frias, que trabalha há cinco anos na feira de artesanato da praça.

Para o taxista José Barroso, Nova Friburgo já deveria ter um abrigo público para acolher moradores de rua, além de projetos para recuperação e reinserção deles na sociedade. "Tenho muita pena dessas pessoas que necessitam de ajuda para mudar de vida. Friburgo precisa ter um lugar para abrigar essas pessoas e tentar tirá-las do vício e reencaminhá-las para a família. Fico muito triste de ver essa situação, inclusive mulheres, abandonadas à própria sorte. Um deles ficou paraplégico e depende da ajuda dos outros. Me sinto abandonado também ao ver tanta tristeza”, disse Barroso, que há dez anos tem ponto no local. 

Vale destacar que o problema já foi abordado em algumas matérias publicadas pelo jornal A VOZ DA SERRA, mas permanece sem solução e motivando queixas da comunidade. A principal delas é quanto a desordem em um dos mais tradicionais endereços da cidade, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Já presenciei cenas de brigas, consumo de álcool e até de drogas em plena luz do dia. Isso é inadmissível e precisa ser combatido com urgência”, afirma um morador do entorno que preferiu não se identificar. Assim como ele, a comunidade apela para que providências sejam tomadas a fim de que a praça volte a ser referência de lazer e segurança para friburguenses e turistas.                                                                                                                                                                                    

Em nota, secretaria de Assistência Social informa que moradores de rua são acompanhados regularmente

Segundo nota enviada pela assessoria de Comunicação da Prefeitura, "a Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e Trabalho atua incessantemente no fortalecimento e reconstrução dos vínculos familiares entre os moradores de rua e seus parentes, já que o município não possui Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Em muitos casos, os parentes querem recebê-los de volta, mas os próprios moradores de rua optam por permanecer distantes dos seus lares”. No trecho final da nota, "a Secretaria destaca, ainda, que esses são cidadãos livres e adultos e, assim como todos, têm o direito constitucional de ir e vir para onde bem entenderem, a não ser que sejam comprovados casos de violência e agressão — casos de polícia. Mas a Secretaria de Assistência afirma que esses moradores estão referenciados e cadastrados no Creas e são acompanhados regularmente.”


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