Eloir Perdigão
Nova Friburgo comemora 195 anos e A VOZ DA SERRA percorreu a área que compreende o centro da cidade, que é bonita — opinião geral —, propícia a passeios, descanso, relaxamento, compras no variado comércio, mas que carece de manutenção, seja dos canteiros, jardins, pavimento das pistas e calçadas, coisa que não custa caro, como frisou uma comerciante.
PRAÇA GETÚLIO VARGAS - Um dos pontos negativos nesta que é a principal praça da cidade é o parque infantil. Há anos abandonado, não oferece mais diversão segura para as crianças. Alguns pais ainda permitem que seus filhos brinquem ali, mas ficam preocupados o tempo todo. Os poucos brinquedos que restam estão sem manutenção, desgastados, quebrados.
A manicure Ana Cristina Macedo Jerônimo, 46 anos, moradora de Vargem Alta, estava de olho nas duas filhas que brincavam no parquinho. Às vezes ela nem permite, dependendo das condições dos brinquedos. Para ela, o problema se deve, em parte, a adolescentes que utilizam os brinquedos e os depredam. Independente disso, o parquinho carece de cuidados por parte da Prefeitura, tanto para dotá-lo de mais e novos brinquedos, quanto para fazer a manutenção dos que ainda restam ali.
Os amigos estudantes Igor Cabral Gravino, de 16 anos, e , Jonathan de Jesus, de 18, ambos moradores de Campo do Coelho, conversavam num dos bancos. Os dois jovens consideram a Praça Getúlio Vargas um lugar calmo, ideal para descansar, puxar um fio de prosa. Mas também se ressentem de uma atividade para a garotada no Centro, não necessariamente na praça. E citam uma pista de skate como exemplo. Evitaria, inclusive, que jovens fiquem praticando este esporte na Praça Dermeval Barbosa Moreira sem nenhuma condição.
E não são só os jovens que se ressentem do que fazer na Praça Getúlio Vargas. É grande o número de idosos ali sentados todos os dias, apenas conversando ou simplesmente não fazendo nada. Muitos dos bancos estão sem os assentos, mas sendo consertados pela Prefeitura. Já o chafariz não funciona.
PRAÇA DERMEVAL BARBOSA MOREIRA – "Esta praça já foi melhor.” A opinião é da garçonete Gabriela Cândida dos Santos, de 22 anos, moradora de Cachoeiras de Macacu, que trabalha num restaurante próximo, referindo-se à Praça Dermeval Barbosa Moreira.
Gabriela frisa que a praça onde se situa o Centro de Turismo necessita de cuidados nos jardins, com partes sem grama, plantas ou flores; o chafariz não funciona (tinha até luzes coloridas) e a iluminação é deficiente.
AVENIDA ALBERTO BRAUNE – Se há um recanto na principal avenida da cidade em que o astral está sempre lá em cima é a Praça do Viagra. É onde o pessoal da terceira idade (ou quase isso) está sempre aprontando (no bom sentido, claro). Recentemente a animada turma angariou alimentos para o Lar Abrigo Amor a Jesus (Laje). O montante chegou a 1.500 quilos, já entregues.
Por ocasião do Dia das Mães foi realizada ali uma festa para homenageá-las. Convocaram o Trio Sucesso para a parte musical e distribuíram 40 dúzias de rosas vermelhas, rateadas entre os frequentadores e comércio mais próximo. E já projetam outra campanha de alimentos para serem doados à Associação Friburguense de Pais e Amigos do Educando (Afape).
No entanto, na Alberto Braune, como em outros pontos da cidade, circulam mendigos, que entram nas lojas e bancas de jornais, assustam os clientes e atrapalham as vendas. Este detalhe é lembrado pela jornaleira Iracema de Jesus Macedo, de 42 anos, que mora no bairro Cascatinha e mantém sua banca na avenida. Ela reclama da falta de segurança e diz que policiais na principal via da cidade e ruas adjacentes só nos fins de semana e, assim mesmo, às vezes. Ela também pede reparos dos muitos buracos, tanto na pista quanto nas calçadas, que acabam provocando tombos. Volta e meia os comerciantes locais têm que socorrer pessoas que caem.
"Um lugar ótimo para morar.” A autora desta afirmativa é a professora Wilmacy Ferreira Hollanda, fã das pracinhas do lado ímpar, construídas pelo ex-prefeito Heródoto Bento de Mello, inclusive arborizadas, fazendo delas locais aprazíveis. Mas, como nem tudo são flores, ela protesta contra a falta de fiscalização dos ciclistas que insistem em andar de bicicleta na calçada, quase atropelando os pedestres, ou na pista, porém, na contramão. Ela cobra das autoridades os cuidados necessários dessas pracinhas, seus canteiros e árvores.
Movimentar o comércio da Alberto Braune é outra necessidade. A comerciante Meriam Beatriz Dias Curty Thedin, de 46 anos, residente nas Braunes, propõe pintura geral dos meios-fios, recomposição do pavimento da pista, recolocação de novos quiosques, que pudessem ter café, flores, artesanato, entre outros artigos, administrados pelos próprios comerciantes da avenida. Ela sugere também a realização de eventos e a adoção dos canteiros pelos lojistas em troca de alguma isenção ou desconto por parte da Prefeitura, pois estão sem nenhum cuidado. "E isto pode ser feito bem no coração da cidade, sem custar muito dinheiro”, salienta.
PRAÇA MARCÍLIO DIAS - Atravessar a pista da Praça Marcílio Dias, no Paissandu, no sinal próximo à banca do Marinho Amêndola, é fácil. Difícil é atravessar do lado oposto. É o que chama a atenção o arquiteto José Carlos Chevrand (Chevranzinho), de 61 anos, residente ali mesmo no Paissandu. Ele argumenta que o trânsito no local é intenso e deveria haver equipamentos que obrigassem os motoristas a reduzir a velocidade, de forma que facilitasse a travessia dos pedestres que, um pouco mais adiante, só conseguem atravessar no sinal da esquina da Rua José Tessarollo Santos.
Chevranzinho comenta que a travessia nessa praça é muito difícil, principalmente para os idosos. E sugere, para facilitar o trânsito no local, a construção de um viaduto ligando a Avenida Governador Geremias de Mattos Fontes à Rua Padre Roberto Sabóia de Medeiros ou diretamente à Avenida Comte Bittencourt. "Sem um viaduto aqui não tem como solucionar”, argumenta. Ele aponta o deserto que é a praça como consequência dos problemas de acesso, devido ao trânsito intenso.
O arquiteto também reclamou que na Rua Luiza Carpenter, ainda no Paissandu, um muro caiu dentro do Rio Cônego na tragédia de janeiro de 2011 e levou a mureta. A situação continua a mesma até hoje, um buracão, cheio de mato e sem recuperação. A sugestão de Chevranzinho é que a Prefeitura faça uma parceria com o governo estadual para as obras necessárias.
Lago vazio e chafariz sem funcionar junto ao Centro de Turismo
O balanço reflete o estado de abandono do parquinho
A animada turma da Praça do Viagra prepara mais uma campanha de doação de alimentos
Jonathan considera a praça um local ideal para descansar
Ana Cristina pede às autoridades melhorias para o parquinho
Gabriela diz que a Praça Dermeval Moreira já foi melhor
Meriam sugere a adoção dos canteiros pelos comerciantes
Chevranzinho reclama das dificuldades para travessia da Praça Marcílio Dias
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