Eloir Perdigão
Um manifesto contra a municipalização do Ciep Glauber Rocha, no Prado, foi realizado na tarde de quarta-feira, 3, envolvendo direção, professores, profissionais, alunos e pais. De acordo com a diretora, Márcia Cabral de Andrade, não existe nada de concreto quanto à municipalização, apenas comentários. De acordo com os comentários, a intenção da Prefeitura é implantar o horário integral nas escolas municipais. Porém, a diretora argumenta: “por que municipalizar o Ciep Glauber Rocha, que já funciona assim, e não os Cieps Luiz Carlos Veronese, em Conselheiro Paulino, e Licínio Teixeira, em Olaria, que estão ociosos?”, questiona ela.
Os profissionais que ali trabalham também estão preocupados, pois no caso de municipalização, para onde seriam remanejados? Os pais também são contrários e na última segunda-feira, 3, foi realizada reunião em que o assunto foi abordado. Houve até sugestão de manifestação na Avenida Roberto Silveira, fechando-a ao trânsito e com queima de pneus. A diretora interveio e propôs um manifesto interno e pacífico, o que acabou sendo aceito.
O Ciep Glauber Rocha funciona em horário integral, único em Nova Friburgo e um dos poucos no estado, uma boa opção para pais que trabalham e deixam seus filhos ali no horário das 7h30 às 16h. Alguns alunos chegam ainda mais cedo, quando os pais saem para o trabalho. Já outros ficam até mais tarde, até que seus pais cheguem. Têm café da manhã, almoço e lanche à tarde.
No Ciep Glauber Rocha são ministradas aulas do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, além de cursos de mecânica básica e injeção eletrônica, em parceria com uma ONG. Há também um laboratório de informática para pesquisas. A quadra coberta é cedida para a terceira idade da comunidade às terças-feiras pela manhã. Ali também há orientação de futebol de salão e basquete, através de um projeto da Suderj.
O MANIFESTO - Durante o manifesto os alunos empunharam cartazes contra a municipalização. “O Ciep é nosso – ninguém tira”, “Precisamos deixar nossos filhos em segurança para trabalhar”, “Continuidade do horário integral” e “Não à municipalização” foram alguns dos textos mostrados.
O professor Sidney de Moura, representante do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe), comentou que se fez presente em defesa da educação integral daquele Ciep, dos profissionais que ali trabalham e do interesse da comunidade local, que quer a manutenção do horário integral. Sidney afirmou que em experiências de municipalizações em todo o estado o horário acabou sendo fragmentado, prejudicando os pais, que precisaram largar o emprego para não deixar seus filhos sozinhos.
O vereador Cláudio Damião (PT) também esteve presente à manifestação. Disse que a comunidade local rejeita a municipalização daquela escola símbolo, onde tudo funciona bem, onde as crianças chegam cedo e ali ficam até a tarde, inclusive com alimentação. Se é para municipalizar ele sugere os Cieps Luiz Carlos Veronese e Licínio Teixeira. Cláudio Damião levou o caso à Câmara Municipal para que os colegas vereadores também se posicionassem em defesa dos interesses da comunidade do Ciep Glauber Rocha. E convidou os manifestantes para comparecerem à reunião de ontem da Câmara.
Rosemary Cardoso Siqueira, mãe de aluno, se mostrava satisfeita com o funcionamento do Ciep Glauber Rocha. “Assim deve continuar. Não precisa municipalizar”, afirma. Já Maria Martha da Silva Anastácio, que também tem um filho no Ciep, falou que as crianças e os pais precisam do horário integral. “Não precisam mexer naquilo que está bom”, sintetizou. Um abaixo-assinado com 300 assinaturas estava sendo preparado para ser entregue às autoridades contra a municipalização do Ciep Glauber Rocha. A diretora Márcia estava propensa a encaminhá-lo aos vereadores na reunião de ontem.
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