EM MEIO ÀS críticas e manifestações clamando por mudanças e pelo fim da corrupção, chama atenção a carência de líderes políticos no país, capaz de canalizar as insatisfações e de acenar com alguma esperança de melhora. O Congresso inicia os trabalhos deste ano com uma série de situações impactantes na vida nacional, a começar pela reforma da Previdência. Mais um teste para se verificar o comprometimento dos políticos.
PARA COLOCAR mais lenha na fogueira, a divulgação de esquemas de propinas no serviço público por todo o país mostra o comprometimento de centenas de políticos de todas as siglas partidárias com as falcatruas. Com tantos ingredientes indesejáveis à vida nacional, fica evidente a fragilidade do sistema político atual, criando um impasse preocupante, com a ausência de lideranças partidárias. Não há democracia sem partidos políticos.
O QUE UMA crise de representação dessa magnitude indica é a falta de consistência dos partidos políticos no país, de maneira geral. O descaso com a aprovação de uma reforma política ampla fez com que a maioria das legendas atuasse hoje mais em torno de interesses específicos do que de conteúdos programáticos. O resultado é essa pobreza de opções, em que nem o governo, nem a oposição conseguem transmitir um mínimo de segurança para o futuro imediato dos brasileiros.
NAS REDES sociais as opiniões sobre o futuro político do Brasil são bastante divergentes, como não poderia deixar de ser. Esquerda, direita e centro apontam os seus preferidos e cada um traça a trajetória que o país deve seguir. As tendências vão do populismo ao radicalismo, havendo mesmo os que preferem um “golpe”.
O BRASIL precisa, sim, de um golpe. Precisa de um golpe de bom senso, que evite o radicalismo e o ódio, sem renunciar ao combate implacável à corrupção e nem à busca da retomada do desenvolvimento, num ambiente democrático.
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