Compras

sexta-feira, 01 de fevereiro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
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Carlos Emerson Junior

A chegada das livrarias Amazon e Cultura, com suas lojas online e leitores eletrônicos, agitou e talvez tenha sido a grande novidade do final do ano passado. O jornalista Pedro Dória, um dos meus gurus em tecnologia, no entanto alerta que “o mercado brasileiro vinha sendo aquecido para a chegada dos e-books. Alguns dos acordos com editoras foram fechados em cima da hora. E, isso desaponta por certo os consumidores, os preços não são tão mais baixos assim”. 
É verdade, os preços não são os mesmos da loja americana, no entanto, acredito na reversão desse quadro. Na estreia do site, comprei imediatamente três livros, o famoso “1808” do jornalista Laurentino Gomes, “Inferno: o mundo em guerra 1939-1945” de Max Hastings, curiosamente muito bem resenhado e recomendado pela Cora Rónai em sua crônica no O Globo e “O Vendedor de Passados”, do angolano José Eduardo Agualusa. Nenhum deles custou mais do que 25 reais, bem abaixo dos 40 reais de suas versões impressas na Saraiva e Travessa. 
Sou leitor compulsivo de livros e usuário constante de um Kindle Touch, adquirido no exterior. A facilidade de manuseio, o peso levíssimo e a qualidade de sua tela, emulando a página de livro, tornam a leitura um prazer em qualquer lugar e, não à toa, é o meu fiel companheiro inclusive nas longas viagens para o Rio. Aliás, se deixar levo o tablet para qualquer lugar. Quer programa melhor do que sentar num café para ler um livro?
Pois é, mas o grande benefício da vinda da Amazon ainda não chamou a atenção. De agora em diante, novos escritores poderão publicar seus trabalhos diretamente na loja online, o que deve abrir um enorme espaço para a entrada de bons nomes no mercado. 
A verdade, meus caros, é que por mais que quem adore uma capa ou cheiro de papel fique pressuroso com o futuro dos seus amados exemplares impressos, não há como negar que o livro eletrônico chegou para ficar. 

*****

A gente luta, protesta, resiste, esperneia e até mesmo grita mas não tem jeito, por bem ou por mal acaba tendo que fazer as “comprinhas” de Natal! No meu caso, nem deu para argumentar, a Vivo, sei lá por que, deletou minha conta do celular de Nova Friburgo e a única maneira de abrir uma nova no Rio é nas lojas oficiais das operadoras que, por uma estranha coincidência, funcionam nos melhores e piores shopping centers da cidade.
Encarar a loja da Claro foi até moleza, surpreendentemente vazia. Chip novo comprado, ativado e instalado, lá fomos nós para a segunda e mais importante tarefa do dia, segundo a ala feminina da família, atacar a lista de presentes. Haja pé para andar, sacolas para carregar e dinheiro para gastar. Santa Claus, me ajude!
Mas nem tudo é tão ruim assim, juro! Foi sair da loja da operadora para o celular com a linha de Nova Friburgo tocar:
— Oi Fred, você já está na Prefeitura?
— Não, meu amigo, eu sou o Carlos e estou no Rio Sul.
— ??????
— Pois é... e não precisa me dar os pêsames.
— Hahahaha, desculpe Carlos e boas compras.
— Isso é ironia, né?
Pois é, o camarada liga errado e ainda tira sarro! Eu mereço, até mesmo porque a partir daí começou a chover na cidade e todo mundo que estava na rua resolveu vir para o shopping. E tome fila nas escadas rolantes, nos banheiros, nas lojas mais populares, nos restaurantes e lanchonetes. Caminhar carregando umas dez sacolas em cada uma das mãos passou a ficar muito complicado.
De qualquer maneira, que remédio, a gente acaba se conformando, principalmente se lembrarmos que o mercado só vai exigir nosso sacrifício aos deuses do consumo em maio, no Dia das Mães. Até lá, dá para recuperar o prejuízo e o juízo.

semersonjr@gmail.com

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