Como cada religião celebra a data dedicada aos mortos

sexta-feira, 01 de novembro de 2019
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
Como cada religião celebra a data dedicada aos mortos

De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que há ressurreição após a morte. Já os espíritas crêem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de um animal ou vegetal. E em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro. Diante de tantas maneiras de interpretar a morte é importante conhecer seu significado sob a ótica de diferentes religiões, como o cristianismo, budismo, espiritismo, judaísmo, islamismo e umbanda.

 

Cristianismo

Para a maioria dos cristãos, na morte o espírito vai para o céu ou para o inferno – para os católicos, há o purgatório e, para outras denominações, a morte é um sono até o dia do juízo. O destino varia de acordo com o que o morto fez em vida e por isso, quando um cristão morre, familiares e amigos consolam-se uns aos outros pela perda, além de rezar para que o falecido seja perdoado de seus pecados e alcance o paraíso. Cristãos protestantes recém-falecidos são vestidos com roupas habituais e costuma-se retirar qualquer adorno de seu corpo. Quando um católico está para morrer, o padre lhe dá a extrema-unção, faz orações e pede a Deus que lhe perdoe pelos males cometidos.

Budismo

Prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma, que, a depender dele, a pessoa pode renascer em distintos reinos  Estes determinam a Roda de Samsara, ou seja, o transmigrar incessante de um mundo a outro, ora feliz, ora sofrendo, ora brigando. Para libertar-se do carma e alcançar a iluminação ou o Nirvana, o ciclo ignorância, sede de viver e o apego às coisas materiais deve ser abolido da mente dos homens. A doutrina budista ensina a evitar o mal, praticar o bem e purificar o pensamento. 

 

Espiritismo

Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Os que praticam o bem, evoluem mais rapidamente e os que praticam o mal têm a chance de inúmeras encarnações. Crêem na eternidade da alma e na existência de Deus, não como criador de pessoas boas ou más, mas de espíritos simples, sem discernimento do bem e do mal. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem e todos os seres humanos são espíritos reencarnados para evoluir. A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para a sua verdadeira vida no mundo espiritual.

 

Judaísmo

O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato. O judaísmo é uma religião que permite múltiplas interpretações. Algumas correntes acreditam na reencarnação, outras na ressurreição dos mortos. Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é definida como o retorno da alma ao corpo original. A confissão in extremis é considerada importante elemento na transição para o outro mundo, e a morte é encarada como uma passagem e um acontecimento natural, onde existe um processo de luto durante o qual não se fala de perda, mas sim de tudo o que a pessoa conquistou e foi durante a vida. 

 

Islamismo

Para o islamismo, Alah (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina, que seria então uma preparação para outra existência, no céu ou no inferno. Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. No Alcorão ele é descrito como um lugar escuro com fogo ardente, onde as pessoas são castigadas. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos cinco principais profetas: Noé, Abrão, Moisés, Jesus e Mohammed. 

 

Umbanda 

A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um 'livro sagrado', alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma. Morte e nascimento são momentos sagrados, que marcam a passagem de um estado a outro de manifestação espiritual, morremos para um lado e nascemos para outro. Após morte, o ser humano leva consigo suas alegrias, sua fé, suas crenças, mágoas e dores. E terá que lidar com elas, sempre contanto com o auxílio dos espíritos mais evoluídos que o receberão no outro lado da vida e o ajudarão na sua adaptação no mundo espiritual.

 

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