A primavera chegou e com ela, além das flores, começa a aumentar também a temperatura. Apesar de ainda não fazer jus ao que se espera para o verão, a mudança climática, que já leva muita gente a aproveitar as cachoeiras e piscinas da região, traz com ela outro “aumento”: o da proliferação dos mosquitos Aedes aegpyti.
De acordo com um levantamento divulgado com exclusividade pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, apenas no que está relacionado a dengue, Nova Friburgo registrou uma queda de pouco mais de 99% no número de casos confirmados da doença. Os dados levam em conta os meses de janeiro a agosto de 2016, quando foram registrados 7.384 casos de dengue no município. No mesmo período deste ano, foram registrados, somente, 24 casos da doença, segundo o órgão..
Ainda para se ter uma ideia da baixa de casos de dengue em Friburgo, em maio de 2016, mês de maior incidência da doença, foram contabilizados 1.625 casos. Já em 2017, apenas uma pessoa foi confirmada com dengue no município. O mês com maior número de infecções por dengue este ano (13) foi janeiro, ainda assim, a quantidade é irrelevante se comparada a janeiro do ano passado (551 casos).
Apesar da queda brusca, a subsecretária de Vigilância em Saúde do município, Fabíola Braz Penna, afirma que não é hora de desligar o alerta para a doença. “Em hipótese alguma podemos dizer que estamos livres de uma nova epidemia. Ainda temos muitos cidadãos friburguenses suscetíveis a doença, até porque a dengue tem quatro subgrupos. Atualmente, nosso vírus circulante é o um, mas ainda temos possibilidade de epidemia com outros três”, alerta Fabíola.
Ainda de acordo com a subsecretaria de Vigilância em Saúde, para manter os índices baixos e iniciar os trabalhos de conscientização e prevenção ao Aedes no próximo verão, a pasta já planeja para este mês de outubro um encontro com o Comitê de Mobilização contra o Aedes. A data da reunião, porém, ainda não foi divulgada.
Zika e Chikungunya
O levantamento da Subsecretaria de Vigilância em Saúde também apontou números em relação aos casos de zika e chikungunya no município. De acordo com a sondagem, em 2016 foram notificados 34 casos de zika, já em 2017 esse número caiu para 28. O documento não revelou, porém, se algum desses casos suspeitos foram confirmados. Já sobre chikungunya, o município registrou 21 casos em 2016, contra 37 este ano. Em ambos os períodos, seis suspeitas foram confirmadas.
Inspeção
Em Nova Friburgo, a prevenção ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana, é realizada pela Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental. De acordo com o coordenador da DVSA, Felipe Souza de Oliveira, de janeiro a agosto deste ano, os agentes de combate a endemias realizaram 19.553 inspeções em imóveis, as chamadas visitas domiciliares nos bairros Olaria, Cordoeira, Vila Amélia, Suspiro, Duas Pedras, São Geraldo, Santa Bernadete, Varginha, Nova Suíça, Catarcione, Perissê, Bairro Ypú e Ponte da Saudade. Localidades identificadas com as de maior risco de proliferação do Aedes.
“Nossa visita também é de conscientização e mobilização da população para o combate ao aedes. Sempre enfatizamos, principalmente, a educação em saúde. Os moradores precisam tomar conta do ambiente em que vivem, porque ali é onde se prolifera o mosquito, que é urbano e domiciliar. Se cada um fizer a sua parte, conseguiremos manter baixos esses índices de proliferação”, defende Felipe.
Além das inspeções domiciliares, uma equipe também vem fazendo a vistoria dos chamados pontos estratégicos que são locais como ferros-velhos, hospitais e cemitérios, que precisam de inspeção quinzenal para eliminação de possíveis criadouros do mosquito, devido a alta possibilidade de proliferação.
O comitê
O Comitê de Mobilização Social contra o Aedes aegypti foi instituído em janeiro de 2016 e é presidido pela Secretaria municipal de Saúde, com coordenação executiva da subsecretaria de Vigilância em Saúde. O movimento envolve as secretarias municipais, Defesa Civil, Tiro de Guerra, Sanatório Naval e PM, representantes de escolas, além de empresas como EBMA e Águas de Nova Friburgo.
Aedes ‘do bem’ sem prazo para subir a Serra
No último mês de agosto, a Fiocruz começou a expandir o número de regiões atendidas por um projeto, que consiste, basicamente, em liberar mosquitos Aedes aegypti contaminados por Wolbachia, uma bactéria capaz de bloquear os vírus causadores das doenças provocadas pelo inseto. Atualmente, as ações do projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil" estão centradas nos municípios de Niterói, Rio de Janeiro e Belo Horizonte-MG. De acordo com nota, a Fiocruz afirmou que até o final de 2018, a iniciativa deve atingir cerca de três milhões de pessoas. Quanto a possibilidade do projeto chegar à Região Serrana, a Fiocruz informou que “modelos de implementação para outros municípios já estão em estudo pela equipe do projeto, porém ainda não há a definição de novas áreas de abrangência”.
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