Uma atitude comum entre os comerciantes: deixar de lado o troco de um centavo na hora das compras. A situação é corriqueira e ocorre com frequência em vários estabelecimentos. Se o produto custa R$ 1,99, o preço é automaticamente arredondado para R$ 2.
A alegação dos lojistas é que as moedas estão em falta. O Banco Central, no entanto, afirma que, embora não sejam emitidas desde 2004, as moedas de um centavo em circulação são suficientes para suprir a população. Dos 14 bilhões de níqueis disponíveis, três bilhões são de R$ 0,01.
A Associação Nacional de Assistência ao Consumidor e ao Trabalhador (Anacont) alerta que este tipo de prática fere direitos básicos da compra e venda, conforme preceitua o Código de Defesa do Consumidor.
Há consumidores que não se incomodam com a falta de um centavo no troco. Um exemplo é o vendedor Jorge Luís Falcão, que diz se sentir até beneficiado quando o poupam de andar com os bolsos tilintando de moedas. “Além do mais, a situação anda tão ruim, que não é um centavo que fará alguma diferença”, justifica.
Outros, porém, fazem questão de receber e ficam irritados quando isso não acontece. A aposentada Maria das Graças de Souza é uma delas. Admite, inclusive, que já criou problemas em algumas lojas por exigir seu troquinho. “Quando me perguntam se não me incomodo de ficarem me devendo esse um centavo, não me importo, mas acontece que na maioria das vezes simplesmente ignoram que você tem direito a esse dinheiro. Isso não está certo. Não é pelo valor, mas pelo gesto”, diz Maria.
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