(SECOM) - O Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia - termo utilizado para designar medo, aversão ou ódio irracional em razão da orientação sexual e identidade de gênero - é um espaço onde cidadãos GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) podem buscar orientação e atendimento especializado, principalmente nas áreas jurídica, psicológica e social. Nova Friburgo conta com esse serviço, que funciona na avenida Alberto Braune, 223 (ao lado da Prefeitura, na antiga rodoviária Leopoldina). A partir do mês que vem a população local e de outros 12 municípios da região, também passa a ter acesso aos serviços oferecidos através de uma parceria proporcionada em convênio da municipalidade com o governo estadual.
Inserido no Brasil sem Homofobia, programa da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, e agora também no programa Rio sem Homofobia, do governo do estado, o centro de Nova Friburgo tem por objetivo avançar na defesa da cidadania, a partir de ações que visam ao combate à violência e à discriminação homofóbica.
Regionalização
A partir de agosto, por intermédio de convênio com a Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, o Centro de Referência de Nova Friburgo ampliará a prestação de orientação sobre direitos humanos e realizará atendimentos psicossociais e jurídicos às pessoas cujos direitos forem violados, além de continuar desenvolvendo trabalhos de conscientização da sociedade sobre o respeito à diversidade sexual. Todos os serviços são gratuitos, realizados por profissionais qualificados.
A coordenadora do Centro de Referência de Nova Friburgo, Sílvia Furtado, ressalta a importância dessas ações, que promovem um contexto de aceitação da diversidade e de mudança de comportamento da sociedade em relação aos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.
No ranking nacional de assassinatos a GLBT, o Rio de Janeiro ocupa o terceiro lugar, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia. A pesquisa Juventudes e Sexualidades, realizada pela Unesco em 2000, apontou que 40% dos alunos não gostariam de estudar com GLBT e 60% dos professores não sabem lidar com a homossexualidade em sala de aula. Resultados da pesquisa Política, Direitos, Violência e Homossexualidade, realizada durante a Parada do Orgulho Gay no Rio de Janeiro, em 2003, revelaram que, dos 416 entrevistados, 60% já tinham sido vítimas de algum tipo de agressão motivada pela orientação sexual e identidade de gênero.
Bate-papo, filme e caldo quente no Centro de Nova Friburgo
Enquanto aguarda a disponibilização dos serviços, a população GLBT pode participar das reuniões quinzenais que acontecem às quintas-feiras, às 17h30, para discutir temas do seu interesse. Além da roda de conversa, os participantes podem degustar um caldo quente e assistir a um vídeo no local.
Com a implementação do convênio com o governo do estado, Sílvia Furtado espera atender a cerca de 900 pessoas por ano. Ela lembra que o Centro é regional, abrangendo também os municípios de Cachoeiras de Macacu, Bom Jardim, Duas Barras, Macuco, Cordeiro, Cantagalo, Sumidouro, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Carmo, Trajano de Morais e Teresópolis.
A parceria com o Governo estadual incluirá ainda atendimento telefônico 24 horas – o Disque-Cidadania - e a instalação do núcleo de monitoramento técnico de crimes homofóbicos, que vai alimentar o banco de dados com informações necessárias à criação de políticas públicas voltadas para a população GLBT.
O programa Brasil sem Homofobia implementa políticas públicas de promoção das ações de prevenção e de combate à homofobia, bem como de defesa, proteção e promoção dos direitos humanos da população GLBT, sendo vinculado diretamente à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, à qual cabe coordenar, articular e monitorar todas as ações do Programa, servindo como uma central de informações.
Deixe o seu comentário