Com obras paradas, Hospital do Câncer perde verba da União

Governo do estado não cumpriu pendências com a Caixa e convênio para repasses de recursos venceu no último dia 14
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
por Alerrandre Barros
Com obras paradas, Hospital do Câncer perde verba da União

Venceu no último dia 14 o convênio entre a Secretaria estadual de Obras e a Caixa Econômica Federal para repasses de verbas do Ministério da Saúde para as obras no Hospital do Câncer, em Nova Friburgo. Segundo o deputado estadual Wanderson Nogueira (Psol), o governo do estado não sanou pendências que tinha com o banco no prazo e, por isso, os recursos não podem ser liberados.

“A Secretaria de Obras não conseguiu entregar a documentação e, portanto, a Caixa não aceitou o pedido de prorrogação, por mais um ano, do convênio. Isso significa que perdemos o convênio. Mas, agora, o governador Luiz Fernando Pezão e eu vamos tentar, através de articulação política, convencer a Caixa a prorrogar o contrato. Para isso, o governo precisa atender às exigências da Caixa”, disse Nogueira, que vem acompanhando o caso de perto.

A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Caixa e a Secretaria de Obras nesta terça-feira, 19, e aguarda resposta.

Correndo contra o tempo, em novembro, Pezão entregou ao secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, a coordenação dos trabalhos de retomada das obras, que estava a cargo somente da Secretaria de Obras, mas não adiantou muito, porque várias pendências burocráticas precisam ser sanadas. As obras no imóvel começaram no primeiro semestre de 2015 sem o aval da Caixa e somente com recursos do estado. O canteiro de obras parou um ano depois.

O Ministério Público Federal (MPF) está investigando a omissão do governo do estado.

Orçada em R$ 93,6 milhões — sendo R$ 10 milhões destinados à desapropriação do imóvel onde funcionou, na década de 1990, o Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), R$ 45,7 milhões para as obras e R$ 35 milhões para compra de equipamentos — a nova unidade amenizaria o sofrimento dos pacientes com câncer que precisam se deslocar para o Teresópolis, Petrópolis ou Rio de Janeiro. Em Nova Friburgo, 25 precisam fazer esse deslocamento toda a semana.

O projeto inicial previa que o hospital teria 200 leitos, sendo 30 destinados à crianças e realizadas cerca de 300 consultas por dia e até quatro mil cirurgias por ano. O governo vem fazendo adequações na planta, mas afirma que isso não diminuirá o número de atendimentos. Numa área de Mata Atlântica, cercada pelo verde, no bairro Ponte da Saudade, a unidade seria uma referência na região. Cinco anos depois da assinatura do convênio, resta saber quando o projeto sairá do papel.

 

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