“Cinema no Samba” leva clássicos do gênero musical para as telas de cinema de Bom Jardim

segunda-feira, 04 de março de 2013
por Jornal A Voz da Serra

Com curadoria da produtora cultural e cineasta friburguense Fernanda Vogas, e do músico e produtor Xabier Monreal, a secretaria estadual de Cultura (RJ) promove no próximo fim de semana, em Bom Jardim, a mostra “Cinema no Samba”, com 11 filmes de curta e longa-metragem. Em cartaz nos dias 9 e 10, sábado e domingo, no Cine Teatro, em três sessões diárias: 15h, 17h e 19h. A exibição dos filmes será de acordo com o ano das produções. 
No ano passado, Fernanda Vogas e Xabier Monreal receberam menção honrosa pelo curta-metragem “Samba é Madeira”, exibido no Canal Brasil, e participaram de ambicioso projeto do cineasta dinamarquês Lars von Trier. Agora, envolvidos nesta nova empreitada, os produtores ressaltaram a importância do evento: “O samba era presença obrigatória nas comédias musicais carnavalescas—as concorridas ‘chanchadas’—que dominaram as telas do país de meados dos anos 1930 até o início dos anos 1960, com suas fórmulas simples, envolvidas em temas e na musicalidade do estilo de vida carioca.” 
E mais: “Nestas comédias, o samba exercia, então, um papel central de expressão da cultura dos morros cariocas. No cinema novo, ele ganharia uma nova dimensão em um dos primeiros marcos dessa geração influenciada pelo neorrealismo italiano”, completou Fernanda. 
Em 1959, o samba ganharia projeção internacional pelas mãos do diretor francês Marcel Camus com a adaptação cinematográfica da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, escrita em 1954 e musicada por Tom Jobim em 1956, que ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes ao transpor para o morro carioca o amor trágico de Orfeu e Eurídice, personagens da mitologia grega. 
Xabier também lembra que o samba já não seria tão presente no chamado cinema da retomada, “posterior à crise que sucateou a indústria cinematográfica brasileira na primeira metade da década de 1990, mas o gênero musical renasce com a safra documental”. 
Entre algumas das produções a serem exibidas, estão: “Quem roubou meu samba?” (José Carlos Burle e Hélio Barroso, 1956); “Orfeu Negro” (Marcel Camus, 1959); “Partido Alto” (Leon Hirszman, 1973); “Fala Mangueira” (Frederico Confalonieri,1983); “Nelson Sargento” (Estevão Ciavatta, 1997); “Meu Compadre Zé Kéti” (Nelson Pereira dos Santos, 2001); “Cartola, música para os olhos” (Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, 2006); “O Mistério do Samba” (Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, 2008). 

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