Antonio Fernando
A indústria cinematográfica ampliou consideravelmente seus tentáculos, oferecendo arte e entretenimento a uma população cada vez maior no planeta. Prova disso é a presença cada vez mais forte da rede Netflix nos lares mundiais.
Netflix é uma empresa norte-americana que oferece serviço de TV por Internet, com mais de 50 milhões de assinantes em mais de 40 países assistindo a mais de um bilhão de horas de filmes, séries de TV e produções originais por mês. Por R$ 17,90 ao mês, o assinante pode assistir, pausar e voltar a assistir a quantos filmes e séries quando e onde quiser, em praticamente qualquer tela com conexão à Internet, sem comerciais e sem compromisso.
Para utilizar o serviço, os clientes fazem uma assinatura no site da empresa. Os assinantes da Netflix podem assistir online a filmes e séries transmitidos pela Internet para aparelhos de blu-ray, celulares, computadores, decodificadores de sinal, tablets, televisões e videogames.
Em setembro de 2011, o Brasil se tornou o primeiro país da América Latina a receber o serviço. A empresa fechou o ano de 2013 com um pouco mais de 44 milhões de assinantes globalmente. No primeiro trimestre do ano, portanto antes do sucesso das duas principais séries produzidas pela própria Netflix, House of Cards e Orange Is the New Black, o faturamento foi de US$ 945 milhões, o que mostra a importância do conteúdo original para a empresa. A mais nova série lançada é Marco Polo. Com ela, a Netflix aliou as cores vivas desses périplos a milhões de dólares investidos em filmagens na Itália, na Malásia e no Cazaquistão. O resultado é uma série de dez episódios disponíveis desde dezembro. As viagens de Marco Polo foram tão ambiciosas que impressionam ainda hoje.
A Netflix revolucionou a produção de séries de TV fazendo o oposto do que fazem os estúdios tradicionais. A empresa não interfere no conteúdo das séries. Se o roteiro for aprovado, vai direto para a etapa de produção, eliminando o tradicional processo de desenvolvimento, em que a série tem de se adaptar ao estúdio. As séries são realmente originais.
Também, enquanto os canais de TV mantêm a audiência cativa lançando um episódio por semana e com pausa no meio das temporadas, a Netflix deixa todos os capítulos disponíveis de uma só vez. Os espectadores assistem quando e quanto quiserem. Uma verdadeira revolução na área do entretenimento, ampliando as opções do telespectador e tirando o sono das locadoras, que assistem seus faturamentos caírem sensivelmente.
A previsão de seus dirigentes é: reserve o ano de 2030 e prepare-se para tirar sua antena do telhado. Eles afirmam que as transmissões de televisão serão encerradas daqui a 15 anos. "É parecido com o que houve com o cavalo: ele foi bom até a chegada dos carros”, segundo informa o portal The Hollywood Reporter.
O responsável por gerir um dos maiores serviços de "streaming” do mundo acredita que os consumidores têm adotado formas cada vez mais alternativas de se consumir conteúdo televisivo. Exemplo disso é o fato de que a Netflix abocanha mais de um terço de todo o tráfego de internet nos EUA durante períodos de pico — nenhum outro serviço registra dados assim.
As mudanças na forma de consumo de mídia, porém, não deverão extinguir os canais de televisão. De acordo com a empresa, as provedoras irão se adequar à nova realidade, migrando para plataformas móveis. Mas a chamada de atenção é clara: "a era da transmissão de TV irá durar provavelmente até 2030”, prognosticam. Será?
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