Cientista desenvolve pílula que permite o consumo de glúten por pessoas alérgicas

Doença ataca o intestino delgado e se caracteriza pela intolerância à proteína
terça-feira, 04 de agosto de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Uma vida sem pão, nem massa, pizza ou cerveja. Estas são algumas restrições que as pessoas com doença celíaca se deparam diariamente
Uma vida sem pão, nem massa, pizza ou cerveja. Estas são algumas restrições que as pessoas com doença celíaca se deparam diariamente
O cientista Hoon Sunwoo, professor de ciências farmacêuticas, afirma ter desenvolvido uma pílula que permite que pessoas que sofrem de doença celíaca, intolerantes a glúten, possam ingerir alimentos que contenham a proteína. A pesquisa durou 10 anos e foi realizada na Universidade de Alberta, no Canadá.

Comprimido deve mudar a vida de quem não pode consumir glúten
Sunwoo começou os estudos incomodado com o fato de não poder beber cerveja. A doença ataca o intestino delgado, sendo caracterizada por uma intolerância permanente ao glúten. A única alternativa é uma dieta totalmente livre da proteína. Caso não siga o cardápio, o paciente corre o risco de desenvolver doenças na tireoide, fígado, rins, e até câncer.

A doença celíaca é autoimune, causada por reação a uma proteína do glúten (gliadina), presente no trigo e em vários cereais como a cevada e o centeio. Provoca sintomas como dor e desconforto no sistema digestivo, obstipação, diarreias crônicas, dores de cabeça, anemia e fadiga.

Inicialmente a pesquisa foi feita com galinhas, e depois o cientista testou a descoberta em ratos, até chegar ao remédio final, um suplemento alimentar que permite ao paciente ingerir alimentos com glúten apenas cinco minutos depois de ter tomado a pílula.

Ela é feita com anticorpos das gemas dos ovos, que “cobrem” o glúten, permitindo que passe pelo corpo sem provocar danos. O comprimido já foi submetido a ensaios clínicos de segurança e, no próximo ano, deverá passar para os ensaios que irão testar a sua eficácia.

“Este suplemento se junta com o glúten e ajuda a neutralizá-lo. Não é um tratamento para a doença celíaca, e nem uma cura. É apenas uma maneira de tentar ajudar as pessoas a melhorarem sua qualidade de vida”, esclareceu Sunwoo.

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