Leonardo Lima
O cenário continua o mesmo: chove forte na cidade e a RJ-130, na altura de Duas Pedras, é invadida por uma correnteza de água que obstrui parcialmente a pista. Ao observar a montanha que dá nome ao bairro, nota-se uma grande quantidade de água que desce sobre ela, passa próxima ao Hospital São Lucas e escorre pelo asfalto, ocasionando o problema.
O DER-RJ está construindo no local uma galeria de captação de águas pluviais que desembocará no Córrego dos Mosquitos, que corta o bairro e deságua no Rio Bengalas. Enquanto a galeria não fica pronta, entretanto, motoristas e pedestres encontram dificuldades para passar pela via. “Essa obra está muito lenta, já era para ter sido concluída há meses, como nos foi prometido”, protesta um morador que prefere não se identificar. Na esquina da RJ-130 com a Rua Padre Vicente Próspero, por exemplo, parte do asfalto foi destruída pelas enxurradas.
Outra dor de cabeça para os moradores é o assoreamento do córrego. “Toda vez que chove é a mesma coisa. A água que desce pelo asfalto e cai no córrego vem carregada de muita terra. A tubulação de esgoto da minha casa está totalmente obstruída”, afirma o morador Clayton Risso, cuja casa fica às margens do Córrego do Mosquito. “Quando para de chover, eu pego uma enxada e tiro a terra que se acumulou no encanamento, mas é só ter outra chuva que acontece tudo de novo”, conta.
Segundo Clayton, residente do local há 45 anos, o problema começou após a tragédia de 12 de janeiro. “A água desse córrego nunca invadiu minha casa. Ele era muito fundo, mas devido à terra acumulada, seu nível subiu. Levanto todo dia às cinco horas da manhã para desobstruir o cano e tirar a água que invade a casa. Só estou aqui até hoje porque não consegui o aluguel social mesmo tendo o laudo da Defesa Civil”, lamenta o morador.
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