Exatamente uma semana após o forte temporal que alagou ruas e alarmou os moradores de Nova Friburgo na segunda-feira passada, 16, uma nova tempestade acompanhada de muitos raios e trovões voltou a assustar os friburguenses no início da manhã desta segunda-feira, 23. Segundo a Defesa Civil, foram cerca de 40 milímetros de chuva durante uma hora.
O temporal, que começou por volta das 6h, também ocasionou alguns transtornos. Na RJ-150, estrada que liga Nova Friburgo a São José do Ribeirão, na altura do loteamento Parada Raquel, na Chácara do Paraíso, por exemplo, a queda de uma árvore interditou a pista por completo, fazendo com que os motoristas precisassem passar pelo bairro Braunes para chegar à Nova Suíça e ao distrito de Amparo. A rodovia foi liberada ainda pela manhã. Na Rua José Poletti, no bairro Rui Sanglard e na localidade de Canto do Riacho, no Jardim Califórnia, também foram registrados deslizamentos de encostas. Não houve vítimas.
Algumas ruas do município também ficaram alagadas durante a forte chuva. A Rua Carlos Éboli, no Centro, onde uma casa foi interditada devido à enxurrada de lama que desceu de uma obra de contenção de encosta, na semana passada, teve o tráfego de veículos interrompido ontem para facilitar a limpeza.
Apesar de ter deixado muitos friburguenses apreensivos, o temporal de ontem não gerou avisos de alerta via SMS aos moradores cadastrados pela Defesa Civil. Questionado sobre o fato, o coordenador do órgão, coronel João Paulo Mori, afirmou que, por ser uma chuva prevista e pouco danosa, a Secretaria Municipal de Defesa Civil não considerou ser necessário alarmar a população.
Em entrevista ao jornal, na última quinta-feira, 19, Mori explicou que ainda não há uma definição precisa quanto ao registro de milimetragem de chuva necessário para que o município entre em um dos estágios de alerta “Já fizemos vários estudos e reuniões com órgãos como o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais), para chegarmos à milimetragem correta que define quando devemos entrar em cada estágio — atenção, alerta ou alerta máximo —, mas ainda não há um consenso. Por isso, atualmente, esses alertas estão muito a critério dos municípios. Nós ficamos observando as áreas, compilando informações e quando avaliamos que há casos em diversas regiões, começamos a avisar a população”, explicou Mori.
“Esse verão, devido ao fenômeno El Niño, será imprevisível. Não sabemos se haverá seca extrema ou chuvas intensas. Hoje estamos preparados para uma tragédia como a de 2011, torcendo para que ela não aconteça. O trabalho da Defesa Civil é como plano de saúde e seguro de carro, é preciso ter bons serviços por precaução, mas torcendo para nunca precisar usá-los”, disse Mori em outro trecho da entrevista.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia do Rio de Janeiro (Inmet-RJ), o tempo deve continuar instável ao longo desta semana, com previsão de chuvas fortes acompanhadas de trovões, principalmente à noite e madrugada. Segundo informativo divulgado pela Prefeitura na tarde de ontem, o município está em estado de vigilância.
Deixe o seu comentário