Christiano Huguenin: “Pretendo focar atuação nas concessões”

terça-feira, 30 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O ditado popular se encaixa perfeitamente na situação política do advogado Christiano Huguenin (PSB), que após a terceira tentativa consecutiva enfim conseguiu se eleger vereador. A persistência não foi a única marca dele na política: veio também acompanhada de um crescimento de votos. Em 2004, no PCdoB, ele havia obtido 657 votos; cresceu em 2008, no PR, para 1.376 votos, e, agora, este ano, conquistou uma das 21 cadeiras do Legislativo com 1.466 votos. Ao assumir uma vaga no Legislativo em 1º de janeiro, Huguenin afirma que uma das suas principais bandeiras será a fiscalização das concessões públicas—iluminação pública, transporte, água e esgoto, coleta e tratamento do lixo, entre outras.“Nós já fazemos este trabalho há tempos e queremos levar esta discussão dentro da Câmara, de forma muito transparente e equilibrada. Pretendemos verificar passo a passo todos os contratos de concessão e ver o que precisa ser corrigido. Na minha opinião, as concessionárias, de uma maneira geral, estão prestando um serviço aquém do que deveriam e poderiam oferecer à população. Falta fiscalização dos serviços e existem muitas reclamações e os serviços são caros”, avalia.O novo vereador, entretanto, acredita numa solução conciliada com as empresas que exploram os serviços concedidos do município. “Acredito no diálogo, no entendimento e vamos atuar com muita tranquilidade e transparência. Creio, por outro lado, que as concessionárias também estejam dispostas a melhorar os serviços à população. A nossa proposta é ajudar a corrigir os erros e avançar. Não sou de radicalizar, mas sempre buscar a conciliação para avançar, aliás, uma situação inerente à minha profissão de advogado. Tenho certeza de que obteremos sucesso”, diz ele. “É óbvio que se as coisas não andarem, as medidas necessárias estão aí para serem utilizadas pela Câmara, com o apoio do Ministério Público, da Justiça”, ressalva.Eleito pela coligação encabeçada pela candidata derrotada à prefeito, Saudade Braga, Christiano Huguenin acredita que o insucesso dela nas urnas possa ser creditado ao sentimento de renovação propalado pela população antes mesmo do pleito de outubro. Embora afirme que pretenda ser um vereador com uma postura independente, acredita numa relação muito boa com o prefeito eleito Rogério Cabral (PSD).“Acredito que a nossa relação vá ser mesmo a melhor possível. A eleição terminou dia 7 de outubro e agora precisamos unir forças com o objetivo maior de recuperar a nossa cidade. Vivemos nos últimos quatro anos uma grande instabilidade política e ainda sofremos uma grande tragédia climática e, no meu modo dever, não cabe nenhum tipo de picuinha política. Vou adotar aquela frase famosa do que é bom para a cidade estarei junto, se entender que não for, não voto a favor. A minha postura será de independência, de total comprometimento com a cidade, sempre buscando o diálogo e a conciliação”, frisa.Huguenin, entretanto, avisa que não aceitará patrulhamentos do PSB, como ocorreu com o ainda vereador Manoel do Pote num passado não muito distante. “O resultado da eleição mostrou nitidamente que imposições, arrogâncias e prepotências não servem para nada. Não vai haver patrulhamento. Vamos construir um diálogo com os demais vereadores eleitos pelo PSB [Zezinho do Caminhão, Cigano e Wanderson Nogueira], com o deputado federal [Glauber Braga] e com o presidente do partido [Luiz Carlos Moreira] em torno de um debate de ideias, onde a vontade da maioria vai prevalecer. Isso é democracia”, destaca.O vereador eleito, porém, se esquiva quando o assunto é a disputa da presidência da Câmara para o biênio 2013/2014, cuja eleição ocorre logo após a posse de 1º de janeiro. “O assunto é ainda muito prematuro e foi muito pouco conversado. É lógico que existem alguns nomes sendo colocado [Márcio Damazio, do PSD, e Pierre Moraes, do PDT] e qualquer um dos 21 eleitos pode se habilitar. Acredito que seja uma discussão [eleição para a presidência da Câmara] que só será aprofundada a partir de dezembro. Se lá na frente houver uma discussão e entenderem que o meu nome é viável, com certeza, estarei à disposição”, desconversa.
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