Choque de ordem na saúde pública começará no dia 7

Pediatria será centralizada na UPA e clinica médica no Raul SertãPromessa de campanha e eleita como prioridade número 1 do novo governo, a saúde pública municipal receberá um tratamento de choque. O atual secretário de saúde, Dagoberto José da Silva (foto), anunciou a deflagração do plano emergencial para o dia 7, próxima segunda-feira. O primeiro alvo a ser atacado é o atendimento no Hospital Raul Sertã e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).Com a crônica falta de pessoal e estrutura, a primeira medida a ser adotada será a concentração de todo atendimento pediátrico na UPA de Conselheiro Paulino. Por outro lado, o atendimento de clínica médica da UPA será transferida para o hospital municipal. Um veículo ficará à disposição permanente para eventuais transferências de pacientes de uma unidade para outra, assim como haverá um pediatra no Raul Sertã e um clínico na UPA para eventuais casos de emergências. A medida adotada pelo novo governo valerá por 60 dias e poderá ser prorrogada.“O importante é a população não ficar sem atendimento. Vamos organizar [o sistema de saúde] para garantir um atendimento digno”, diz Dagoberto.A segunda fase do plano emergencial será voltada para o sistema ambulatorial que, na avaliação do novo secretário, ajudará a des-hospitalizar a saúde. Segundo ele, dos quase 300 atendimentos feitos no Raul Sertã e na UPA, cerca de 75% são casos de caráter ambulatorial, mas que acabam desaguando no sistema emergencial por que a população não tem outra opção.Dagoberto explica que a fase de melhoria ambulatorial passa pela contratação e valorização de profissionais médicos. E ele está otimista já que há o interesse do governo em atender as reivindicações dos profissionais na medida do possível e, por outro lado, tem observado interesse dos médicos em retornar à rede pública.“O governo Rogério Cabral tem vontade política de melhorar a saúde e isso é o primeiro passo importante. Queremos o comprometimento de todos numa corrente positiva para irmos superando os obstáculos até chegarmos ao mais importante: a melhoria de todos os serviços de saúde”, destacou. “Não é uma tarefa fácil, mas trabalharemos com obstinação. A melhoria do sistema é uma promessa do governo”, frisou.O município confia na colaboração do  governo estadual nas ações adotadas no plano de emergência da saúde. O secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, se comprometeu a colaborar com o treinamento e qualificação dos funcionários, coisa que há mais de cinco anos não ocorre em Nova Friburgo. “Um funcionário precisa ser bem remunerado e ter condições adequadas de trabalho, mas também precisa estar bem treinado para estar em condições de oferecer um melhor atendimento à população”, diz.O município também está negociando com o governo estadual a cessão de equipamentos para as unidades hospitalares, principalmente para o Raul Sertã e a Maternidade—onde uma obra de ampliação e modernização já está quase pronta, mas ainda carecendo de aparelhos.Câmara vota Orçamento e subvenções a toque de caixaExiste uma expressão popular que diz que “é pra ontem”, quando há emergência ou urgência. E foi o que aconteceu em relação aos projetos de Orçamento de Nova Friburgo de 2013 e de subvenção municipal para várias entidades culturais, educacionais, filantrópicas, carnavalescas, entre outras, que estavam pendentes e, certamente, iriam prejudicar as ações do novo governo municipal. A toque de caixa, sem prévia divulgação, a nova Câmara votou na quarta-feira, 3, em sessão extra, as duas matérias. A reunião teve início às 22h e durou cerca de uma hora e meia com a presença de 20 vereadores—o único ausente foi o vereador Luiz Fernando, que chegou a discutir as propostas com os demais colegas, mas teve que se ausentar na hora da votação para atender um paciente no Hospital São Lucas, onde trabalha.Em 13 de dezembro, a antiga Câmara já havia aprovado o Orçamento de 2013, o primeiro da gestão de Rogério Cabral, porém, cerca de 50 vetos feitos pelo ex-prefeito Sérgio Xavier em emendas de vereadores impedia a sanção ou promulgação da lei que fixa a despesa e estima a receita do município em R$ 438 milhões. Um acordo feito pelo prefeito Rogério Cabral e o ex-presidente da comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, Pierre Moraes, na tarde de quarta-feira, permitiu que o Orçamento fosse finalizado. O vereador Pierre, em um gesto de boa vontade, aceitou que as emendas vetadas—a maioria de sua autoria—fossem retiradas do projeto original. Já as emendas apresentadas pelo vereador Marcelo Verly, concedendo subsídios para diversas entidades e eventos (Lar Amor Abrigo a Jesus, Casa dos Pobres, Combina, Bem-Estar Animal, Via Sacra, Corpus Christi e Marcha para Jesus) foram mantidas no Orçamento. O plenário da Câmara ratificou o Orçamento, por unanimidade.Ainda na sessão extraordinária de quarta-feira, a Câmara também aprovou o projeto de subvenções a entidades que, por exemplo, garante recursos municipais para as escolas de samba e blocos de enredo que vão desfilar no carnaval de 2013, previsto para o início de fevereiro. Cada escola receberá R$ 46.309,94 e os blocos, R$ 23.154,33. A Liga ficará com R$ 117.590,00.A distribuição de subsídios municipais para as entidades ligadas à Secretaria de Cultura é a seguinte: Diocese de Nova Friburgo (R$ 37 mil), União Brasileira de Trovadores (R$ 15 mil), Associação de Artistas (R$ 15 mil), Associação de Folia de Reis (R$ R$ 15 mil), Recreativa Cultural Andradas (R$ 10 mil), Associação de Moradores de Riograndina (R$ 20 mil), Amigos da Biblioteca Pública (R$ 20 mil), Associação de Pais e Amigos da Oficina Escola de Artes (R$ 50 mil), Banda Euterpe Friburguense (R$ 184 mil), Banda Campesina Friburguense (R$ 184 mil), Banda Euterpe Lumiarense (R$ 60 mil), Copenf (R$ 60 mil), Ascofri (R$ 100 mil) e Mitra Diocesana (R$ 60 mil).As subvenções da Secretaria de Educação são: Creche Colmeia do Senhor (R$ 604 mil), GPH (R$ 297 mil), Ação Social Anchieta (R$ 144 mil), Instituto Bélgica (R$ 174 mil), Apae (R$ 240 mil), Afape (R$ 240 mil), Pestalozzi (R$ 120 mil), Apac (R$ 240 mil), Vale de Luz (R$ 174 mil) e Instituto Girasol (R$ 120 mil). A entidade ligada ao Serviços Públicos, Combina, receberá R$ 100 mil.Quanto às entidades de Assistência Social os valores de subvenção serão os seguintes: Afape (R$ 20 mil), Apae (R$ 89 mil), Aldeia da Criança Alegre (R$ 6,5 mil), Apac (R$ 233 mil), Aradf (R$ 25 mil), Canf (R$ 7,7 mil), API Associação São Vicente de Paula (R$ 58 mil ), PPD Associação São Vicente de Paula (R$ 300 mil), Lar Abrigo Amor a Jesus (R$ 400 mil), Centro Terapêutico da Família (R$ 40 mil), Amma (R$ 40 mil), Afridev (R$ 18 mil), Comamor (R$ 10 mil), Adinf (R$ 30 mil), Humédica Brasil (R$ 20 mil) e Associação de Aposentados e Pensionistas (R$ 18 mil).E, finalmente, as entidades ligadas à Secretaria de Esporte e Lazer: Inec (R$ 15 mil), Aesport (R$ 10 mil), Instituto Amigos do Esporte (R$ 15 mil) e Friburguense Atlético Clube (R$ 120 mil). Legislativo faz corte de cargos e saláriosCorte profundo na própria carne. Assim avalia o novo presidente da Câmara, Márcio Damazio (PSD), que um dia após ter assumido o cargo comandou sessão extraordinária sobre a reforma administrativa do Legislativo. Os 20 cargos ligados à presidência, assim como o de diversos assessores e secretários de comissões internas, foram literalmente extintos ou tiveram drásticas reduções salariais. A economia mensal, em parte, permite a readequação da quantidade de vereadores que aumentou de 12 para 21 e ainda um provável caixa para ser devolvido ao Executivo no final do atual exercício.Os 21 vereadores vão continuar com seis assessorias em seus gabinetes, cujos salários também foram reduzidos. Anteriormente, a verba de cada gabinete oscilava em torno de R$ 12 mil mensais e foi reduzida em um terço, ou seja, R$ 8 mil.Ontem de manhã, o atual e o ex-presidente da Câmara, Márcio Damazio e Luciano Faria, além do vereador Marcelo Verly, estiveram na Prefeitura onde entregaram ao prefeito Rogério Cabral um cheque no valor de aproximadamente R$ 375 mil referentes às economias feitas pelo Legislativo no exercício de 2012.