A Páscoa é momento de reunir a família, refletir sobre a vida, renovar as esperanças e, claro, degustar muitas comidas saborosas. Dentre as iguarias presentes nessa época do ano, inclusive, estão os tradicionais ovos de chocolate. O doce é presença certa na casa de muitos brasileiros. Mas não são só os adultos que aproveitam a data para se deliciar com essas guloseimas, pelo contrário. As crianças são as que mais ganham chocolates - principalmente pelos brinquedos que costumam vir dentro de grande parte deles.
E é aí que mora o dilema: deixar ou não os pequenos se lambuzarem com os quitutes? Para a nutricionista Janaina Bairral, proibir o consumo do doce não é a solução, mas é preciso ter um equilíbrio. “O mais indicado é dar pequenos pedaços depois das principais refeições, nesse momento a criança estará saciada da alimentação e esse chocolate funcionará como uma sobremesa e não um lanche”, orienta Janaina.
Na maioria dos casos, os ovos de chocolate com temas infantis pesam cerca de 150 gramas. A quantidade pode parecer inofensiva a primeira vista, mas engana-se quem pensa que é. Uma barra do doce, com o mesmo peso, pode ter aproximadamente 800 calorias. O que representa boa parte do que deve ser ingerido diariamente por uma criança.
E não é só sobrepeso infantil que deve preocupar os pais na hora de liberar ou não os chocolates para a garotada. Janaina ainda alerta para outras consequências que o consumo exagerado do doce pode gerar. “A ingestão em excesso pode trazer problemas como aumento de colesterol, devido a grande quantidade de gordura do chocolate, além de problemas de pressão alta”.
Vilão ou mocinho?
Segundo a OMS a ingestão de açúcar diária não deve ultrapassar 50 gramas, o que representa cerca de seis colheres de chá. No entanto, a quantidade de guloseimas que a criança pode comer tende a variar muito porque envolve fatores pessoais, como a idade, o peso, os hábitos familiares e até os exercícios físicos praticados. Por esse motivo, pelo menos no caso do chocolate, o ideal é respeitar o consumo diário recomendado.
“Para as crianças, é indicado comer no máximo 30 gramas por dia. Já para os adultos, essa quantidade pode chegar a 50 gramas”, orienta a nutricionista. Para Janaina, além de degustar com moderação, o consumidor ainda precisa de equilíbrio na hora da escolha de qual opção de chocolate comprar.
“Tudo em excesso faz mal, mas os chocolates amargos e meio amargos são as melhores opções no que diz respeito a componentes mais saudáveis. No caso das crianças, que possuem uma resistência maior com essas opções mais amargas, o certo é consumir com ainda mais moderação. Outra ideia é dar preferência para os chocolates ao leite. Apesar de ainda serem bem gordurosos, eles são menos prejudiciais do que a versão branca. O chocolate branco tem muito mais gordura e as fonte nutricionais também são piores”, alerta.
Vale lembrar que para quem tem problemas de saúde, a composição do chocolate é essencial na hora da escolha. “O mercado de chocolates direcionados aos alérgicos e diabéticos tem crescido, mas ainda assim é preciso observar bem o rótulo para não comprar nenhum opção com componentes que possam causar reações”, aconselha Janaina.
Sobre o chocolate ser o grande vilão da Páscoa, a nutricionista defende: “Ele pode ser um vilão para quem quer emagrecer, já que pode acabar consumindo de forma desordenada e depois se arrepender. Tirando isso, o segredo é curtir a Páscoa, se alimentar da maneira certa e deixar a sensação de prazer proporcionada pelo chocolate para depois das refeições. Isso tanto para os adultos quanto para as crianças”, afirma Janaina, ressaltando que “Tudo com moderação”.
Deixe o seu comentário