Os 30 novos coletivos adquiridos pela Friburgo Auto Ônibus Ltda (Faol) só devem ser entregues depois que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a nova frota, liberar a documentação que autoriza o faturamento. Os ônibus deveriam ter chegado a Nova Friburgo na última quinta-feira, 31 de agosto.
“Os carros já estão prontos, mas ainda não saíram da fábrica por causa de uma burocracia. O BNDES precisa liberar o faturamento”, disse o diretor da Faol, Paulo Valente. A VOZ DA SERRA procurou o banco nesta sexta-feira, 1º, para esclarecer o assunto, mas não obteve retorno até o fim da tarde.
Os ônibus foram produzidos pela Neobus e demoraram a ficar prontos porque tiveram que ser projetados com climatizador, item que só existia em coletivos rodoviários, utilizados em viagens longas. O climatizador tem peculiaridades diferentes do ar-condicionado, por isso os ônibus tiveram que ser adaptados para receber o equipamento.
“Para que o climatizador funcione direito, os novos ônibus tiveram que ter um isolamento térmico diferente, porque abrem e fecham as portas muitas vezes durante a viagem. O próprio climatizador teve que ser redimensionado para operar nesse tipo de coletivo”, disse Valente.
Os ônibus virão de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. A viagem deve durar dois dias até do Rio de Janeiro, onde passarão por várias revisões mecânicas e no encarroçamento até subir para Friburgo. Esse processo também deve levar dois dias. Os coletivos vão também receber leitor de cartão, biometria e GPS na garagem da Faol. Por fim, serão emplacados no Detran.
Valente não quis precisar quando os novos ônibus serão entregues, porque depende do BNDES, mas disse que cada um custou R$ 450 mil, ou seja, a Faol fez um investimento de R$ 13.500 milhões na frota. Os coletivos vão substituir os 30 ônibus mais velhos da empresa que, segundo o diretor, são os que mais dão problemas mecânicos devido ao tempo de uso. Eles serão vendidos.
Os novos ônibus deveriam ter sido entregues no ano passado, quando a Faol ainda fazia parte do Grupo Real, que vendeu a empresa no início deste ano para um consórcio do Rio de Janeiro devido a dificuldades financeiras. Os coletivos são uma contrapartida ao aumento da passagem, que este ano chegou a R$ 3,95, uma das mais caras do estado.
Além dos novos ônibus, a nova diretoria da Faol, firmou outros compromissos com a Prefeitura de Nova Friburgo este ano. Entre eles, a retomada do Fricard, o sistema de bilhetagem eletrônica que operou na cidade entre 2010 e 2013, antes do Riocard. Os dois devem coexistir. A empresa também tem que regularizar o ISS e o IPVA atrasados e tornar público o faturamento com propagandas nos ônibus, o busdoor.
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