* Marcos Espínola
Por diversas vezes abordamos temas que certamente passa ao leitor a sensação de já ter visto algo parecido ou até mesmo idêntico.
Infelizmente, novamente estamos diante dessa situação com um escândalo envolvendo a classe política, através de um senador, o que parece ter virado rotina no Brasil. Dessa forma, o que era para ser uma constante aproximação, se transforma num distanciamento cada vez maior do povo com as autoridades.
As frequentes denúncias sobre corrupção, desvio do dinheiro público e tantas outras trambicagens faz com que cada um de nós se torne ainda mais incrédulo com a arcaica política praticada no Brasil. Um jogo de interesses, barganhas e roubalheiras escancaradas, onde a principal vítima é a população.
Enquanto a troca de favores corre solta em todas as esferas do poder público, uma boa parcela do povo ainda amarga condições precárias de vida, como falta de saneamento básico e acesso a uma saúde pública de qualidade. Uma cultura de corrupção que parece um poço sem fim.
A situação é ainda pior quando se vê esses parlamentares protegidos pelo foro privilegiado, uma brecha na justiça que beneficia justamente quem mais prejudica a sociedade de um modo geral. Já passou do tempo de acabar com essa distinção, pois quem rouba e desvia dinheiro público é tão marginal quanto qualquer outro que vive à margem da sociedade, pois essa é a definição correta para a palavra e tais condutas se encaixam nesse contexto.
O pior é que até para acabar com isso enfrentaríamos dificuldades, pois dependeríamos dos próprios parlamentares e é uma utopia achar que eles se sensibilizariam com a causa. Por outro lado, o que se espera é direito igual para todos. Chega de privilégios!
(*) Marcos Espínola é advogado criminalista.
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